O fundador do BE Fernando Rosas alertou esta sexta-feira que “acabaram as simulações de cordoes sanitários” entre a direita e a extrema-direita, num discurso em que criticou “a política belicista paga à custa dos rendimentos e pensões”.

“A aliança da direita de von der Leyen [presidente da Comissão Europeia] com a extrema-direita de Meloni [primeira-ministra italiana] é isso que anuncia: acabaram se as simulações de cordões sanitários“, afirmou Fernando Rosas no comício de encerramento da campanha do BE para as eleições europeias, em Almada, distrito de Setúbal.

Numa intervenção de cerca de quinze minutos, Fernando Rosas acusou “o centrão e as direitas” de levarem a cabo “uma campanha eleitoral alegre e vácua”, onde a “única exceção é a voz da esquerda que o BE representa e a Catarina Martins corporiza”.

Rosas acusou esse “centrão e direitas” de quererem esconder “que a campanha belicista de ataques à paz e ao agravamento das desigualdades e discriminações tem como pano de fundo a aliança da direita neoliberal com a nova extrema-direita, num projeto de subversão política da democracia que poderá redundar, se não lhe fizermos frente, em regimes nacionalistas e autoritários e de novo tipo ou de tipo fascista”.

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O fundador bloquista criticou ainda “a política belicista e a corrida aos armamentos” que vai ser “pago à custa do fundos de coesão, ou seja, à custa dos rendimentos e das pensões dos trabalhadores reformados europeus”.

O historiador considerou que se desenha perante “os povos da Europa” um ataque “sem precedentes e multiforme ao princípio da igualdade”.

“Tudo apoiado nas regras discriminatórias e antidemocráticas da governação económica e social da União Europeia que urge combater, a par da luta social no terreno”, defendeu.

Rosas deixou ainda um apelo final ao voto no BE, perante a cabeça de lista, Catarina Martins, e uma plateia na qual também estava a coordenadora do partido, Mariana Mortágua, além de figuras como o fundador e antigo líder, Francisco Louçã.

“Por essa Europa da luta toda nos batemos, correndo por dentro e por fora das instituições europeias e ficamos, e continuamos, com ou sem ventos de feição. O próximo passo é levar a Catarina Martins e o José Guilherme ao parlamento europeu, todos às urnas no próximo domingo“, apelou.

Antes, o número dois da lista ao Parlamento Europeu, José Gusmão, garantiu que “todos os que votarem na Catarina, em cada dia dos próximos cinco anos, ficarão contentes de a ter eleito e de a ter no Parlamento Europeu a falar, a defender o país e os que mais sofrem”.

A deputada Joana Mortágua garantiu que o BE “não anda na Europa lamber as botas de Macron, von der Leyen, nem de ninguém” no Parlamento Europeu, e juntou-se aos apelos ao voto nas últimas horas de campanha eleitoral do partido.