A mesa da Assembleia de Condomínio do Centro Comercial Stop, no Porto, garantiu esta sexta- feira que tem mantido um “diálogo constante” com todos, acrescentando que aguarda resposta das autoridades sobre o pedido para o fim do “uso condicionado do espaço”.

A associação de lojistas, músicos e artistas Alma Stop, do Centro Comercial Stop, no Porto, queixou-se esta sexta-feira de falta de diálogo por parte da administração e da autarquia, temendo que os músicos não sejam “bem-vindos” no futuro.

Em resposta por escrito enviada à agência Lusa, a presidente da mesa da assembleia, Maria Cândida Campos, frisou que o comunicado daquela associação “não se dirige a esta mesa de assembleia ou à administração de condomínio do Centro Comercial Stop que se encontra em funções”.

Mas acrescentou que têm mantido “uma proximidade elevada e um diálogo constante com todos os condóminos em primeiro lugar, e também com todos os utilizadores dos espaços, sendo eles inquilinos, lojistas, músicos ou empresas, todos aqueles que são os utilizadores do edifício”.

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“Aproveitamos também para clarificar que mantemos um diálogo muito próximo com as autoridades, estando a aguardar resposta à solicitação com vista ao término das condições de uso condicionado do espaço, encontrando-se a decorrer a respetiva análise e consulta às entidades”, detalhou ainda.

Sobre as condições do Centro Comercial Stop, a mesa da assembleia sublinhou ainda que a administração em funções está “a cumprir escrupulosamente o mandato para que foi eleita, de forma rigorosa e competente”.

De acordo com a associação, esta encetou tentativas para, “nos últimos meses, por várias vezes, reunir e comunicar com o Dr. Rui Moreira [presidente da Câmara do Porto] e o Dr. Ricardo Valente [vereador com os pelouros da Economia, Emprego e Empreendedorismo e Finanças, Atividades Económicas e Fiscalização]”, mas sem sucesso.

Segundo a Alma Stop, a última reunião com Ricardo Valente remonta ao dia 28 de novembro de 2023, algo confirmado à Lusa pela autarquia, acrescentando que foram discutidas as questões de cargas e descargas, que não são responsabilidade sua, sendo remetidas para o relacionamento entre a associação e o condomínio.

A autarquia adianta ainda que o futuro do edifício depende da resolução da questão das saídas de emergência e de um novo projeto de arquitetura, bem como de uma vistoria da Proteção Civil, que a Alma Stop diz aguardar “ansiosamente”.

A autarquia informou ainda que as partes se irão reunir brevemente.

Os proprietários do centro comercial Stop têm em curso um projeto de reabilitação para transformar alguns espaços num coworking cultural, afirmou na segunda-feira o vereador com o pelouro da Economia da Câmara do Porto, Ricardo Valente.

No comunicado, a Alma Stop dá conta que “há várias salas a serem compradas e algumas delas colocadas a arrendar a preços bastante superiores aos praticados no centro”, manifestando ainda preocupação sobre a instalação de atividades não culturais no centro, que poderão causar uma “enorme desvirtuação” ao espaço de trabalho dos músicos.

A associação questiona também “de que forma é que a classificação do edifício como monumento de interesse municipal [iniciada em maio] irá contribuir para salvaguardar a permanência e continuidade da comunidade músicos” e “como é que a aquisição dos cinemas por parte da CMP irá ajudar economicamente o CC Stop”.

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O Stop, onde maioritariamente funcionavam salas de ensaio e estúdios, viu a maioria das frações serem seladas em 18 de julho de 2023, deixando quase 500 artistas e lojistas sem terem para onde ir, mas reabriu a 4 de agosto, com um carro de bombeiros à porta.

Neste momento, o centro comercial está a funcionar por tempo indeterminado, na sequência de uma providência cautelar interposta pelos proprietários à decisão da câmara de encerrar o edifício.