O Estádio Cidade de Coimbra, construído para o Euro2004 de futebol, foi um investimento de cerca de 50 milhões de euros que representou uma mais-valia para o concelho, considerou o atual presidente da Câmara, José Manuel Silva.

O autarca disse à agência Lusa que se trata de “um fardo pesado” para os cofres municipais, mas que representou “claramente um valor acrescentado, não só pelo próprio estádio, mas também pelas estruturas desportivas que foram construídas, como o pavilhão Mário Mexia, que é extraordinário, e o Centro Olímpico de Piscinas”.

“No seu conjunto, o investimento valeu a pena”, sublinhou José Manuel Silva, salientando que aquele equipamento é também a casa de outras modalidades, de grandes espetáculos e centro de negócios.

Inaugurado a 27 de setembro de 2003, com um concerto dos Rolling Stones, um mês e dois dias antes de receber o primeiro desafio, um Académica-Benfica, da I Liga, o recinto tem capacidade para quase 30 mil espetadores.

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O presidente do município de Coimbra, no cargo desde 2021, considerou que o estádio “tem sido devidamente aproveitado, numa parceria entre a Câmara e a Associação Académica”, e que as muitas empresas instaladas na infraestrutura ajudam ao seu dinamismo e manutenção.

No Euro2004, no qual Portugal foi organizador e vice-campeão, após perder na final com a Grécia, o Estádio Cidade de Coimbra, construído no mesmo local do antigo Calhabé, acolheu os jogos da Inglaterra-Suíça (3—0) e Suíça-França (1—3), do Grupo B, a 17 e 21 de junho daquele ano, respetivamente.

Também acolheu a final da Taça de Portugal de 2019/20, entre FC Porto e Benfica, e 2020/21, entre Sporting de Braga e Benfica, em substituição do Estádio Nacional, no Jamor, por razões de segurança e para evitar multidões de espetadores devido à pandemia de Covid-19.

Durante três épocas consecutivas, de 2010/11 a 2012/13, recebeu a final da Taça da Liga e foi palco de alguns jogos particulares da seleção nacional de futebol.

Foi também anfitrião de jogos da Liga Europa, na temporada 2012/2013, com destaque para a célebre vitória da Académica sobre o Atlético de Madrid, já então orientado por Simeone, por 2—0, com um “bis” de Wilson Eduardo, interrompendo uma série de 15 vitórias seguidas dos “colchoneros” naquela competição.

Nestes últimos 20 anos, o Estádio Cidade de Coimbra recebeu importantes eventos desportivos e musicais, com destaque para os concertos dos Rolling Stones, U2, George Michael, Madonna, Andrea Bocelli e, mais recentemente, em 2023, dos Coldplay, com quatro espetáculos.

“Queremos que este estádio continue a ser um grande palco de eventos culturais e musicais e estamos a trabalhar para isso. Pretendemos também aproveitar algumas estruturas que estão subaproveitadas, mas estamos satisfeitos porque, em 2027, vamos terminar de pagar a dívida do empréstimo que foi contraído para a sua construção”, frisou o presidente da Câmara de Coimbra.

A construção do Estádio Cidade de Coimbra custou cerca de 50 milhões de euros e a autarquia teve de contrair um empréstimo de 35 milhões. Após uma renegociação com a banca, no final de 2023, o município acordou o pagamento dos 6,3 milhões de euros em falta até 2027.