O empresário Elon Musk deixou cair o processo judicial que tinha lançado contra a empresa OpenAI (criadora do ChatGPT) e o seu líder, Sam Altman, noticiou a CNBC nesta quarta-feira. Sem que nada o fizesse antever, a decisão de Musk surge no dia em que estava agendada uma audição num tribunal de São Francisco, nos EUA, após a qual um juiz iria decidir se dava ou não seguimento ao processo.
Além de visar Sam Altman e a própria OpenAI, o processo lançado por Musk também visava um outro co-fundador da empresa que criou a plataforma ChatGPT, Greg Brockman. Embora Musk tenha voltado a criticar a OpenAI nos últimos dias (por causa de uma nova parceria com a Apple), o empresário decidiu recuar no processo. Esse recuo, porém, foi feito “sem prejuízo”, o que na legislação dos EUA significa que o processo pode ser reativado, a qualquer momento, caso o queixoso (Musk) assim o entenda.
Na base da queixa de Elon Musk está a convicção do patrão da Tesla, da SpaceX e da rede social X (antigo Twitter), de que a OpenAI foi originalmente fundada com o objetivo de desenvolver tecnologias de Inteligência Artificial “para o benefício da Humanidade”. Porém, Musk alega que a criadora do ChatGPT alterou esse objetivo e passou a ser uma empresa que tem o lucro em mente, sendo controlada pelo principal acionista (a Microsoft).
O processo tinha sido aberto em finais de fevereiro e garantia que Sam Altman, bem como o outro co-fundador da OpenAI Greg Brockman, abordaram Elon Musk para ajudar a financiar a criação de uma empresa sem fins lucrativos e que iria produzir tecnologia sempre em código aberto (open source), para que todas as pessoas pudessem trabalhar sobre esse código. Elon Musk acabaria por tornar-se investidor em 2015 mas três anos deopis, em 2018, decidiu sair.
O ChatGPT, o chatbot da OpenAI, tornou-se a aplicação de software com crescimento mais rápido em todo o mundo e ajudou a massificar o recurso a tecnologias de inteligência artificial. Musk também se queixava de que, apesar de ter sido investidor na OpenAI, nunca lhe tinha sido revelado o conceito que estaria na base do GPT-4, o modelo de inteligência artificial mais avançado da OpenAI.
Porém, juristas consultados recentemente pela CNBC tinham indicado que o processo lançado por Musk tinha fundamentos legais pouco sólidos, já que as alegadas garantias dadas ao patrão da Tesla nunca foram vertidas num contrato assinado por todas as partes.
Musk lançou, entretanto, a sua própria empresa de investigação em Inteligência Artificial, a xAI, uma concorrente da OpenAI que ainda no mês passado concluiu com sucesso mais uma ronda de investimento (de seis mil milhões de dólares). E já lançou um chatbot concorrente do ChatGTP, o Grok, inspirado no livro “The Hitchhiker’s Guide to the Galaxy”.