Em substituição dos actuais 10%, os construtores de automóveis chineses vão ter de suportar (provisoriamente) entre 17,4% e 38,1% de taxas mais elevadas à importação, consoante tenham participado mais ou menos activamente na investigação que a Europa conduziu na China devido à suspeita de subsidiação ilegal dos fabricantes de veículos, por parte do Estado chinês. Para as marcas chinesas que não chegaram a ser analisadas, a União Europeia (UE) determinou uma taxa provisória de 21%, segundo avança a televisão norte-americana CNBC.

A UE estava há muito desconfiada com os baixos preços dos veículos chineses, sobretudo os eléctricos, pelo que em Outubro desencadeou uma investigação. O objectivo das autoridades chinesas era não só tornar os veículos mais acessíveis no mercado doméstico, como incrementar a sua competitividade para a exportação para mercados como o europeu, sobretudo numa altura em que a capacidade instalada de produção na China ascende a 44 milhões de veículos/ano e o mercado doméstico consome apenas cerca de 24 milhões.

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O resultado desta investigação às contestadas práticas comerciais chinesas será conhecido apenas a 4 de Julho, mas depois de começar a recolher dados para essa análise, a UE decidiu avançar já para penalizações provisórias com a intenção de evitar o prolongamento das vantagens ilegais dos construtores chineses, que prejudicam os fabricantes europeus.

Em declarações à CNBC o comissário da UE para o Comércio, Valdis Dombrovski, afirmou que a investigação às más práticas chinesas foi “baseada em factos e provas”, tendo contado com a colaboração das autoridades chinesas e dos seus operadores sobre as potenciais soluções. Tal não impediu que o ministro do Comércio chinês viesse a público afirmar que à decisão europeia faltaram elementos de prova e base legal, classificando-a como uma “decisão proteccionista”. De notar que esta acusação vem de um país que, durante décadas, para permitir a livre comercialização dos veículos de um construtor estrangeiro na China, fosse ele europeu, norte-americano, japonês ou sul-coreano, exigia que este instalasse uma fábrica no país e “oferecesse” 50% ao um construtor local pertença do Estado, que assim passava a ter acesso a todas as informações, tecnologia e métodos de produção, excepção feita para a Tesla, que recusou aceitar esta imposição.

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