Dezenas de milhares de pessoas marcharam este sábado em França contra a extrema-direita, que venceu as eleições europeias no país na semana passada e é projetada como a vencedora nas legislativas antecipadas, convocadas para o final do mês.

Segundo a agência France-Presse (AFP), são esperados entre 300.000 e 500.000 manifestantes, em resposta à vitória do partido de extrema-direita União Nacional (RN, na sigla em francês), de Marine Le Pen, nas eleições europeias, da semana passada.

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Na sequência dos resultados, o chefe de Estado, Emmanuel Macron (do partido Renascimento, de centro-direita), dissolveu o parlamento e convocou eleições antecipadas para 30 de junho e 7 de julho.

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As sondagens dão a vitória à RN, com 31% das intenções de voto na primeira volta, ainda que com a criação de uma coligação de esquerda, batizada como Nova Frente Popular, os partidos de esquerda tenham reduzido a margem, podendo alcançar 28% e ficar a apenas três pontos percentuais do partido de Le Pen.

No total, estão previstas cerca de 200 manifestações por todo o país durante o fim de semana, tendo sido mobilizados cerca de 21.000 polícias e guardas nacionais.

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Numa tentativa de travar a extrema-direita, os principais partidos de esquerda —  desde a mais radical França Insubmissa (LFI) aos socialistas, mas também passando pelos ecologistas — criaram uma aliança em que colocaram de lado algumas das divergências quanto aos conflitos na Ucrânia e em Gaza.

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A Nova Frente Popular teve já as suas primeiras tensões, depois de o LFI não ter readmitido os opositores do líder do partido, Jean-Luc Mélenchon.

Os membros excluídos dizem ter sido alvo de “uma purga” e acusam o antigo candidato presidencial Mélenchon de um “ajuste de contas”, enquanto outros lamentaram que o seu aliado Adrien Quatennens se mantenha no partido, apesar de ter sido condenado por violência doméstica em 2022.

Entre os candidatos da coligação está o socialista François Hollande, Presidente francês entre 2012 e 2017.

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Na passada quinta-feira, o antigo chefe de Estado apoiou de forma plena a criação da Nova Frente Popular, insistindo em que é preciso ir “além das divergências” perante o risco de um executivo liderado pela extrema-direita.

Os partidos de esquerda franceses — Partido Socialista, o ecologista EELV, França Insubmissa e Partido Comunista Francês — anunciaram nesse dia que tinham alcançado o seu acordo final.

Entretanto, a direita clássica do partido Os Republicanos (LR, na sigla em francês) está a atravessar uma crise interna, depois de o seu líder, Éric Ciotti, ter aberto a porta a um pacto com Le Pen.

Nas eleições europeias em França, a União Nacional, atualmente liderada por Jordan Bardella mas que mantém presente Marine Le Pen, venceu com 31,5% dos votos, enquanto a coligação encabeçada pelo partido de Macron, Renascimento, se ficou pelos 15,2%.