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Alessandro e uma coleção muito "Michele" na sua estreia na Valentino

Com um extenso lookbook de 171 fotos (mais 93 só de acessórios), divulgado de forma inesperada via zoom, Alessandro Michele antecipa os seus primeiros designs para a casa Valentino.

282 fotos

O primeiro desfile para a casa estabelecida em Roma será a 29 de setembro, mas o senhor que se segue a Pierpaolo Picciolo não quis esperar, e introduziu mais uma nota de espanto no hiper agitado universo da alta-roda da Moda, que nos últimos tempos tem ainda menos menos mãos a medir. “Instintivamente decidiu” que era “contra-natura manter a coleção em segredo”, e que as suas propostas resort 2025 para homem e mulher precisavam de ser vistas antes de chegarem às lojas em outubro. Eis senão quando, de forma inesperada, em pleno calendário milanês de desfiles no masculino (no mesmo dia da apresentação do seu antigo pouso, Alessandro Michele marcou a sua estreia ao leme da marca fundada em 1959 por Valentino Garavani com um extenso lookbook.

Cerca de dois meses depois de ser pública a sua contratação, a coleção Avant les Débuts, foi revelada a partir do seu apartamento na capital italiana, via zoom, a um conjunto restrito de editores — e à primeira vista a internet ainda não conseguiu decidir se estamos em território “Guccitino”, “Valentucci” ou simplesmente demasiado ocupados nas caixas de comentários em geral, em busca de etiquetas, mais ou menos felizes, para esta etapa. Uma coisa é certa: o resultado é uma experiência muito Michele. Ou como diria o próprio, citado pelo Bussiness of Fashion, “é um orgasmo contínuo”.

No rescaldo de uma longa conversa, o designer que capitaneou os destinos da Gucci entre 2002 e 2022, não esconde o desejo de se estrear com a primeira coleção de alta-costura, mas por agora queria “criar um guarda-roupa, não uma imagem”, descreve a WWD. Basta espreitar a fotogaleria para passar em revista as novidades, fiéis às silhuetas e sobreposições a que nos habituou. Camada sobre camada.

© Valentino Spring 2025 Avant les Débuts by Creative Director Alessandro Michele

Com uma produção pensada ao milímetro, captada pelo fotógrafo norueguês sediado em Paris, Ola Rindal, ao longo de 171 imagens Michele apresenta o resultado de uma viagem exaustiva pelo arquivo de Garavani — e não falta mesmo um lookbook extra, com 93 fotos, reservado exclusivamente aos acessórios, para uma abundância de carteiras crocodilo e clutches bordadas, franjas e camurça, pumps com laços e ultra desportivos ténis.

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“Seduzido” pela maison italiana, e em assumido “momento profissional muito feliz”, seria difícil ignorar neste fresco capítulo a poderosa marca do Imperador, hoje com 92 anos. “Adoro objetos, tenho uma relação íntima com coisas materiais, é quase como um encontro religioso e sinto um grande privilégio poder tocar seus designs, como se fossem uma relíquia de sua vida. Apaixonei-me por esta casa, que se tornou a minha casa, e isto é apenas o começo, pois este lugar é tão profundo quanto o oceano.”, destaca à WWD. “O mundo de Valentino não tem nada a ver com marketing ou uma máquina de relações públicas. Ele era esta casa, este mundo, aquela vida, tão forte e poderosa, que é impossível não ser seduzido. Ele é uma presença constante, as suas roupas falam dele. As pessoas que ele conheceu e sua vida são pura mitologia. Os tapetes, os vasos chineses, as coisas bonitas com que se rodeava condicionavam os seus desenhos. Ele amplificou a beleza. Partilho o mesmo tipo de relação com a moda como um grande veículo para a liberdade.”, continua Alessandro, que para este arranque resgatou influências dos anos 70 e 80.

© Valentino Spring 2025 Avant les Débuts by Creative Director Alessandro Michele

Se Garavani “ficou longe dos ombros enormes”, resistindo a hedonismos, não faltam em Avant les Débuts referências hippie chic e um lado feminino que Valentino ousou explorar. E no fim de contas uma inesgotável arca com detalhes para todos os gostos (e desgostos, se for essa a apreciação). Ao longo deste extenso livro proliferam pregas e folhos, motivos batik e paisley, referências florais, tweed e fanny packs, sandálias e meias de renda até aos joelhos, lenços e laçadas, brilhos e veludos, capas, marinières e bordados sobre ganga, plataformas com solas de cortiça.

E se o vermelho-assinatura da maison se faz anunciar num dos casacos mostrados, é sobretudo em tons branco, creme e outras declinações que vem ao de cima a icónica coleção de alta-costura que Valentino Garavani apresentou em 1968, ficando clara a evocação dessa Sfilata Bianca romana que o seu mentor haveria de descrever como um espectáculo “sem cor”, numa época pautada pelas pinturas brancas de Robert Ryman e do prédio “não-colorido de Marcel Breuer no Whitney Museum. Uma estética saída dos 60’s reforçada pelo requinte das rendas, plissados, longas capas e uma aura muito Jackie O (que haveria de usar um vestido dessa coleção para o seu casamento com Aristóteles Onassis no mesmo ano).

Quanto ao logotipo V, polvilha peças como os casacos enquanto “Chez Valentino” desfila na frente de coloridas t’shirts. Tudo sobre longa fiadas de pérolas para elas e eles, claro. “É um processo que não vai e não pode parar”, defende Michele sobre o progressivo e contínuo de esbater fronteiras de género. Na sua intervenção via zoom, o designer reservou ainda umas palavras para as artesãs e costureiras da casa, e para o seu elevado nível de execução. “Posso estar sempre a pedir coisas impossíveis. Sinto-me como se estivesse numa mina de ouro.”, admite o diretor criativo, que se despediu da Gucci em novembro de 2022 e que aos 51 anos enceta oficialmente uma nova era Valentino.

 
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