Acompanhe aqui o artigo em direto de política nacional 

O Chega vai propor a audição na Assembleia da República do ex-primeiro-ministro António Costa para dar explicações aos deputados na sequência de notícias de que terá dado indicação para o despedimento da ex-CEO da TAP.

O anúncio foi feito pelo líder do partido, André Ventura, numa declaração aos jornalistas no parlamento, referindo que o requerimento já foi entregue na comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação.

O Chega quer “chamar com urgência” António Costa ao parlamento “para explicar qual foi o seu papel neste despedimento, quais foram os reais motivos e interesses por detrás deste despedimento e se é verdade, conforme as conversas indiciam e as escutas esta terça-feira reveladas demonstram, que houve motivações absolutamente políticas de cálculo e tática eleitoral na forma como foi despedida a antiga CEO da TAP”.

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O presidente do Chega indicou também que quer confrontar o ex-chefe de Governo “com o que disse na altura, enquanto primeiro-ministro, e que não bate certo com estas declarações”.

André Ventura disse que o partido vai pedir igualmente o levantamento de “declarações feitas na comissão de inquérito da TAP, para enviar para o Ministério Público tudo o que configurar o crime de falsas declarações e de mentiras ditas ao parlamento, quer pelo Partido Socialista, quer por antigos membros da TAP, quer especialmente por antigos membros do Governo”.

A CNN Portugal divulgou esta terça-feira uma escuta da operação Influencer, de 5 de março do ano passado, na qual António Costa terá dito ao ex-ministro João Galamba que Christine Ourmières-Widener teria de sair da liderança da TAP por razões políticas, por forma a conter eventuais danos para o Governo.

O líder do Chega afirmou que “os elementos de conversação que ficaram disponíveis hoje mostram uma coisa para lá de toda a evidência, que o despedimento da antiga CEO da TAP teve motivações políticas e não, ao contrário do que disseram os então membros do Governo Fernando Medina e João Galamba, motivações técnicas sustentadas nos relatórios e sobretudo sustentada na auditoria”.

“Isto significa que o Governo mentiu aos portugueses, significa que o então primeiro-ministro mentiu aos portugueses e que o que fez foi criar um artifício que levasse a um despedimento rápido da antiga CEO da TAP para se livrar daquilo que ele chamou o inferno político de então”, acusou.

Ventura sustentou também que estas iniciativas “nada têm a ver com o momento político, nem com o momento político nacional ou de António Costa”, numa altura em que é um nome apontado ao Conselho Europeu.

O presidente do Chega alertou ainda para consequências que poderão “vir a pesar sobre o Estado português e sobre todos os contribuintes”, nomeadamente o “pagamento de uma indemnização que a antiga CEO reclama”, e considerou que as comunicações divulgadas entre os membros do antigo governo serão “uma ajuda extra” nesse processo.

Nesta conferência de imprensa, André Ventura quis falar também sobre a situação na Madeira e manifestou “solidariedade e total apoio” à estrutura regional do partido, que anunciou que irá votar contra o Programa do Governo Regional.

O líder nacional do Chega insistiu no afastamento de Miguel Albuquerque do executivo da região, reiterando que “não tem condições políticas e éticas para continuar”.

“O Chega não quer instabilidade, o Chega procura segurança e estabilidade, mas não pode pactuar com Miguel Albuquerque”, indicou, referindo que se o PSD indicar um novo presidente do Governo Regional “certamente que o Chega cá estará para viabilizar esse governo”.