O ex-presidente do Benfica Luís Filipe Vieira foi interrogado como arguido esta quarta-feira no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), em Lisboa, no âmbito do “processo dos emails”.
À saída, Luís Filipe Vieira manteve-se em silêncio. Foi o advogado do ex-presidente do Sport Lisboa e Benfica, Magalhães e Silva, que disse aos jornalistas que “não se falou em crime de corrupção”, sublinhando que “não se falou de crimes, falou-se de factos”. “Não houve nenhuma questão que tivesse sido posta que não tivesse sido definitivamente esclarecida”, acrescentou ainda.
O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e a Polícia Judiciária (PJ) imputam ao ex-presidente, Luís Filipe Vieira, e a administradores da Benfica SAD entre 2014 e 2020 um alegado plano para desviar cerca de seis milhões de euros dos cofres da empresa através de contratos de intermediação de jogadores falsos.
Juntamente com o ex-presidente Luís Filipe Vieira, o ex-administrador Domingos Soares Oliveira e o ex-diretor jurídico Paulo Gonçalves, Rui Costa, atual presidente benfiquista e que, na altura dos factos, era administrador de Vieira, é um dos elementos a quem o MP imputa os crimes de fraude fiscal qualificada e recebimento indevido de vantagem. Este último crime está relacionado a injeção de cerca de 1,3 milhões de euros no Vitória de Setúbal através de contratos de compra e venda e de empréstimos de jogadores em que o Benfica chegou a pagar duas vezes pelo mesmo passe de um jogador de Setúbal.
Luís Filipe Vieira devia ter sido ouvido a 4 de junho, mas pediu o adiamento da audição, e o atual presidente do Benfica, Rui Costa, foi ouvido em maio. O DCIAP e a PJ devem concluir o inquérito antes das férias judiciais.