O governo chinês advertiu esta quinta-feira que a crescente utilização de veículos aéreos não tripulados (drones) na agricultura, indústria ou entretenimento trouxe “um aumento das atividades de voo ilegais” que colocam a segurança nacional “em risco”.

O “uso indevido” destes aparelhos para fotografia aérea e levantamento topográfico levou a um “aumento das violações das zonas de exclusão aérea”, declarou o Ministério da Segurança do Estado chinês na conta oficial na rede social Wechat.

Nos últimos anos, as agências de segurança do Estado chinês intercetaram vários drones que voavam de forma irregular, capturando imagens de instalações secretas e partilhando-as na Internet, revelou o ministério.

Estas ações ilegais comprometeram “instalações militares chave” e a “integridade de informações geográficas importantes”, o que resultou em punições para os responsáveis.

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O ministério citou alguns exemplos, como um caso ocorrido em novembro de 2021, quando um entusiasta de um fórum da Internet com temática militar utilizou um drone com capacidades de vídeo de alta definição para captar imagens ilegais de um navio de guerra de nova geração, o que resultou na sua detenção e subsequente pena suspensa de um ano de prisão por pôr em perigo “a segurança de segredos militares”.

A atual regulação do país asiático proíbe a utilização de drones para fotografar instalações militares e outros locais sensíveis, bem como a aquisição e divulgação ilegais de segredos de Estado, afirmou o organismo, que exortou os entusiastas dos drones a respeitarem as leis e os regulamentos, a comportarem-se de forma responsável e a evitarem voar em zonas restritas.

China restringe exportações de drones civis face a possível uso militar

O ministério relata regularmente casos de espionagem na sua conta oficial do Wechat, instando os cidadãos chineses a desconfiarem de ofertas de emprego suspeitas ou de pedidos de informação, especialmente de fontes estrangeiras, e a evitarem partilhar dados confidenciais na Internet.

No verão passado, o ministério apelou à mobilização de “toda a sociedade” para “prevenir e combater a espionagem” e anunciou uma série de medidas para “reforçar a defesa nacional” contra as “atividades dos serviços secretos estrangeiros”.