A gigante Amazon estará a equacionar mudanças à divisão Alexa, a assistente digital por voz que está presente em vários equipamentos da empresa, como as colunas Echo. Esta poderá ser a maior mudança em dez anos num negócio que estará a dar prejuízo à empresa, nota a Reuters.

Fontes com conhecimento dos planos da empresa de Andy Jassy revelaram à agência noticiosa que estará em cima da mesa uma subscrição mensal, com valores entre os 5 e 10 dólares (4,7 e 9,3 euros). A confirmar-se, passariam a existir duas versões do serviço, em que a versão paga daria acesso a um modelo conversacional com inteligência artificial (IA) mais avançado. Em teoria, as conversas entre os utilizadores e a assistente digital por voz tornar-se-iam mais naturais e a Alexa conseguiria compreender pedidos mais complexos.

O projeto é conhecido internamente como “Banyan”, uma referência a um tipo de árvore, de acordo com os oito funcionários e vários ex-trabalhadores da tecnológica ouvidos pela Reuters.

O CEO Andy Jassy prometeu, na carta aos acionistas de abril, uma Alexa “mais inteligente e mais capaz”, mas sem explicar como é que isso seria feito. Internamente, revelam os funcionários, haverá pressão para conseguir ter novidades até agosto. O prazo é consentâneo com o habitual calendário da Amazon, que tem um evento no outono, normalmente em setembro, para lançar produtos a tempo da época de compras da Black Friday e de Natal.

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Como ainda são planos internos, contextualizam as fontes, poderá haver alterações e não há indicações sobre em que mercados é que poderá ser disponibilizada a versão mais avançada de conversação.

O próximo grande truque da assistente digital Alexa? Quer tornar-se “indispensável”

À Reuters, uma porta-voz da Amazon notou que a empresa “já integra IA generativa nas diferentes componentes da Alexa e que estão a trabalhar num implementação intensa em escala”, referindo-se aos milhões de equipamentos com a Alexa em casa dos clientes. A integração de IA mais avançada “permitirá uma assistência mais proativa, pessoa e de confiança aos clientes”, acrescentou a mesma porta-voz.

Atualmente, a Alexa consegue compreender o que o utilizador diz, mas revela algumas dificuldades quando os pedidos são complexos. Por isso é mais usada para pedir música, definir alarmes, saber o tempo ou as principais notícias do dia ou para controlar outros equipamentos (se houver integração, é possível pedir à Alexa, por exemplo, para apagar luzes inteligentes ou pôr a funcionar um aspirador robô).

A divisão Alexa, lançada em 2014, era um dos projetos mais próximos do fundador Jeff Bezos, que queria uma tecnologia que se assemelhasse àquela que era vista na série Star Trek. 

No entanto, desde que a corrida à IA ganhou novos contornos com o lançamento do ChatGPT, da OpenAI, a Amazon está em dificuldades para competir com a capacidade de conversação de outros gadgets, nomeadamente o Assistant da Google. Este mês, até a Apple, que tem mantido distância da febre da IA, apresentou novidades com IA para diversas áreas, incluindo na assistente Siri.

Apple com inteligência artificial em (praticamente) todo o lado. E com um trunfo contra rivais: o ChatGPT