Depois da surpresa, o regresso à normalidade. Roberto Martínez surpreendeu taticamente frente à Rep. Checa e, apesar da vitória tardia, as mudanças tiveram impacto no rendimento do coletivo. Porém, contra a Turquia, reagiu ao “erro” e voltou a apostar no tradicional 4x3x3, com Diogo Dalot a ser rendido por João Palhinha. O resultado foi substancialmente diferente, Portugal goleou e garantiu o primeiro lugar do Grupo F (0-3).

A teoria da evolução começou em Pepe, foi até Ronaldo e não se faz velha (a crónica do Turquia-Portugal)

No final do encontro, o selecionador nacional compareceu na zona de entrevistas rápidas destacando a prestação da equipa e o apuramento para os oitavos de final do Europeu. “Os níveis de concentração, companheirismo e trabalho sem bola foram os mesmos. Há aspetos em que igualámos o que fizemos contra a Rep. Checa, mas a diferença foi marcarmos o primeiro golo. Estarmos à frente no marcador mudou tudo porque a Turquia precisou de subir. Os jogadores mostraram que estão todos preparados. Precisámos de fazer duas alterações ao intervalo por causa dos amarelos e para o selecionador é uma satisfação enorme ver que todos os jogadores estão preparados para ajudar a equipa”, começou por analisar, acrescentando que “o foco e a concentração dos jogadores foi o mesmo” e ajudaram a “uma vitória brutal que pode transmitir uma mensagem diferente”.

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De seguida abordou o regresso à linha defensiva com quatro elementos, justificando que a decisão deveu-se ao “jogo interior muito bom” da seleção turca. “Foi muito importante para nós termos o João Palhinha na primeira parte e o Rúben Neves na segunda. É a flexibilidade que nós precisamos. Defendemos muito bem com a Rep. Checa, hoje defendemos tudo o que a Turquia tentou em frente da nossa baliza”, sublinhou.

Mais tarde, Roberto Martínez sentou-se na sala de imprensa do Signal Iduna Park e voltou a realçar a prestação portuguesa diante da Turquia, assegurando que, com o apuramento consumado, a partida frente à Geórgia servirá para dar “oportunidades”. “A Turquia começou muito bem, com o apoio do público. Tivemos muito foco defensivo e depois, quando marcámos o primeiro golo, controlámos melhor o jogo. Manter a baliza a zero foi muito importante. Há muitos jogadores que merecem jogar no terceiro jogo. Precisamos de dar oportunidades para vermos a competitividade no balneário durante o torneio. Estamos a crescer jogo a jogo”, abordou o selecionador nacional.

“É importante dar equilíbrio ao nosso talento individual e a melhor é termos uma flexibilidade tática. Para nós é muito importante que o trabalho dos jogadores permita à equipa executar flexibilidade tática com sincronização, que é muito difícil no futebol de seleções”, acrescentou o treinador espanhol.

Ainda sobre o jogo com a Turquia, Martínez frisou que Portugal não esteve bem no momento da transição. “Temos jogadores como Rafael Leão e Pedro Neto que têm capacidade na transição. Acho que não gerimos bem as transições na segunda parte. Precisávamos de manter a bola. O espaço era grande, mas quando há três golos de diferença no marcador, as transições devem levar a equipa a defender com bola”, considerou o selecionador.

Por fim, questionado sobre o apoio dos 10 mil portugueses nas bancadas do Signal Iduna Park, contra 50 mil turcos, o selecionador disse que o ambiente “foi incrível”. “O ambiente durante a fase de preparação foi espectacular. Hoje foi o grande teste. Os jogadores estavam orgulhosos e entraram com força. Sabiam que não podiam perder o jogo perante esta força vinda das bancadas. Obrigado pela força, pelo apoio e vamos dar tudo”, terminou.