O chairman (presidente do Conselho de Administração) da EDP, António Lobo Xavier, afirmou que Portugal não tem um “ambiente favorável” para grandes investimentos e grandes empresas, na conferência “Capital Markets Day”, que decorre esta sexta-feira no Centro de Congressos de Lisboa.

Num painel sobre a transição energética, Lobo Xavier defendeu que já houve conquistas em Portugal, mas também “más atitudes para com grandes empresas e investimento”.

Não podemos dizer que temos em Portugal um ambiente favorável a investimentos grandes e empresas grandes”, reiterou, criticando a quantidade de impostos que existem e a taxa de imposto efetiva das grandes empresas.

O chairman da EDP criticou ainda a regulação que existe, apontando que “na Europa a regulação chegou vários anos antes dos instrumentos para apoiar investimento”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Temos [na EDP] uma presença grande nos EUA e lá há instrumentos muito sofisticados para apoiar grandes investimentos neste setor”, sinalizou, defendendo que tão importante como os mercados de capitais são “as políticas governamentais” e os benefícios fiscais que existem.

O diretor-executivo da Galp, Filipe Crisóstomo Silva, também presente no painel, traçou igualmente críticas à regulação, apontando que é um “ambiente altamente regulatório”, além das obrigações de reporte e transparência intensas para quem está cotado na bolsa.

Precisamos de políticos que se importam com a competitividade da Europa“, defendeu o responsável, apontando que são “reféns do que os políticos fazem ou não”.

Para Filipe Crisóstomo Silva, é necessário “ter em atenção que a Europa está a perder competitividade”, nomeadamente com as “camadas de regulações e a papelada que é precisa”.

Nesta mesa redonda marcou ainda presença Pedro Norton, presidente executivo (CEO) da Finerge, que apontou alguns desafios que se enfrentam atualmente no setor, como o licenciamento: “É demasiado complexo em Portugal”, disse.

Além disso, sublinhou também desafios no transporte e distribuição, bem como na vertente social, para lidar com as comunidades afetadas pela transição.