Foi a 17 de junho, na véspera da estreia no Euro 2024 contra a República Checa, que Roberto Martínez atribuiu uma alcunha à Seleção Nacional. “‘Apaixonados’ é a palavra que melhor descreve os jogadores”, disse o selecionador, sem sequer imaginar que menos de duas semanas depois estaria a recuperar o cognome para explicar uma vitória tirada a ferros nas grandes penalidades.

O dia em que as mãos de Diogo evitaram que Ronaldo chorasse pela última vez (a crónica do Portugal-Eslovénia)

Depois do jogo contra a Eslovénia, onde Portugal não conseguiu marcar ao longo de 120 minutos e teve de esperar até aos penáltis para carimbar o apuramento para os quartos de final, Roberto Martínez apareceu na zona de entrevistas rápidas e fez uma breve análise ao que se passou em Frankfurt — defendendo que a Seleção jogou “muito bem”.

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“Acho que durante os 90 minutos tivemos muitas oportunidades. Acho que jogámos muito bem. A Eslovénia é uma equipa difícil e não marcar primeiro tornou o jogo muito, muito difícil. A relva não ajudou, não ajudou aos nossos ataques. Mas tivemos muita bola e depois houve momentos-chave, situações em que não marcámos”, começou por dizer o selecionador nacional.

“Tivemos a oportunidade de mostrar paixão, de mostrar que a equipa pode sofrer, que pode ir com tudo e pode ganhar. E estamos onde estamos. O jogo dos quartos de final é completamente diferente e hoje é uma noite em que todos os nossos adeptos merecem celebrar. Agora temos de chegar a casa, onde estão os nossos adeptos a dar força. Hoje foi uma vitória dos apaixonados”, acrescentou, antecipando desde logo o encontro com França, já na próxima sexta-feira e em Hamburgo, onde Portugal vai procurar alcançar as meias-finais.

De forma natural, o selecionador nacional foi questionado sobre a exibição de Diogo Costa, que defendeu os três penáltis da Eslovénia. “O segredo de Portugal é o Diogo Costa. É o segredo mais oculto do futebol europeu e hoje o segredo saiu. Entrou num patamar diferente. Naquele ‘um para um’ foi incrível e depois tem o foco e a qualidade para três defesas consecutivas. É para estar muito orgulhoso hoje”, sublinhou Roberto Martínez.

O penálti falhado que deixou Ronaldo em lágrimas (e os três livres que também lhe saíram mal)

Por fim, o treinador espanhol comentou a emoção de Cristiano Ronaldo, que não escondeu as lágrimas depois de falhar um penálti ainda durante o prolongamento. “Foi decisivo para começar nas grandes penalidades, foi o que marcou o caminho. Foi uma vitória da união, do balneário, e o Cris é o nosso capitão. Mostrou que na vida e no futebol há momentos difíceis e não podemos baixar os braços. Temos de continuar. Foi uma imagem do que fazer quando as coisas não correm bem”, terminou.

Mais tarde, já na conferência de imprensa, voltou a vincar a ideia de que gostou do desempenho da Seleção e justificou as substituições com o estado da relva do Deutsche Bank Park de Frankfurt. “A relva não é rápida e estável, a Eslovénia sofreu do mesmo. O jogo interno com o Vitinha e o Bruno Fernandes não estava a funcionar, a ideia era dar largura e frescura. Tirei o Vitinha porque não podíamos utilizar os padrões que temos no jogo interior. O Rúben Neves entrou porque é um bom batedor de penáltis e o Nélson Semedo deu mais energia. Olhando para trás, foi uma boa decisão ter feito oito poupanças contra a Geórgia”, acrescentou.