Era o lugar preferido da rainha Isabel II e foi lá que passou os últimos momentos antes de morrer aos 96 anos. A partir desta segunda-feira, os portões do Castelo de Balmoral estão abertos para visitas pela primeira vez desde o século XIX. A propriedade, que tem sido a casa de férias da família real britânica na Escócia desde 1852, fica agora acessível aos que não herdaram o direito real de a frequentar.

Aqueles que conseguiram ingressos — esgotados desde abril — pagaram entre 100 e 150 libras para conhecer o interior do castelo e todo o mobiliário e decoração selecionados pela família real. A organização das tours promete uma viagem no tempo e garante que a disposição das várias salas do castelo é fiel à forma como são utilizadas atualmente por Carlos III e outros membros da Família Real quando se deslocam à região em lazer. Além dos membros da realeza e seus convidados, ninguém antes conheceu o interior de Balmoral.

No próprio dia em que foram colocados à venda, os ingressos, que incluem o tradicional “chá das cinco”, esgotaram em menos de 24 horas. Até 4 de agosto, diariamente, 40 pessoas vão visitar o interior do castelo. Disponíveis estão ainda as visitas para conhecer o exterior de Balmoral, que não são novidade. Por cerca de 17 libras é possível visitar os terrenos,  jardins e as exposições que se encontram no salão de baile — a única sala do castelo disponível para visita às entradas gerais. No local estão expostas pinturas em aguarela da autoria do próprio Carlos III.

A abertura ao público acontece antes do rei e da rainha chegarem a Balmoral para as férias de verão e só foi possível graças à permissão do monarca, já que esta é uma propriedade privada do Rei e não se encontra integrada na lista de bens da coroa britânica.

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Em agosto do ano passado, a família real reuniu-se no maior encontro desde a morte da soberana. Aos reis Carlos e Camila juntaram-se os príncipes de Gales, William e Kate. A princesa Ana e o marido, sir Tim Laurence, e ainda os duques de Edimburgo, Eduardo e Sophie, também integraram esta reunião familiar.

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Numa visita de antecipação à abertura ao público, a BBC visitou o interior do castelo, revelando que sendo grandioso, acaba por ser “mais pequeno do que se pensa”. “As canas de pesca e as bengalas empilhadas contra as paredes evocam imediatamente imagens do Rei Carlos a passear pelos campos e aquelas fotografias de noivado de Lady Diana junto ao rio Dee”, descreve a jornalista britânica Louise Hosie.

Queen Elizabeth Receives Outgoing And Incoming PMs At Balmoral

A apoteose da visita é descrita pela jornalista como o momento em que entra na sala de estar e vê a lareira e os sofás verdes que a caracterizam e que são conhecidos de vários retratos reais. “Conseguia ver a falecida Rainha junto à lareira, os outros membros da realeza sentados à volta. Tinha plena consciência de que estava num espaço onde a realeza viveu, onde estiveram inúmeros dignitários e que ficará para a história”, relata.