A Pikes Peak International Hill Climb (PPIHC) pode não ser uma das competições automóvel mais conhecidas por esse mundo fora, mas figura decididamente entre as mais reputadas nos EUA, tendo começado a atrair mesmo os construtores europeus, japoneses e sul-coreanos que pretendem disputar o mercado norte-americano. E a magia que envolve a PPIHC, além de decidir quem é a dupla piloto/carro mais rápido nesta que é conhecida como a “corrida às nuvens” — por ter a partida a 1440 metros de altitude, mas a linha de meta a 4302 metros, bem acima das nuvens nesta montanha do Colorado —, tem a ver com o risco que envolve percorrer a alta velocidade os 20 km e as 156 curvas que já ceifaram sete vidas nas 98 edições da prova.

Na rampa de 2024, o vencedor foi de novo Romain Dumas, que assim ganha a prova pela 5.ª vez. E, ao que tudo indica, só não bateu o recorde que lhe pertence desde 2018 (com o VW ID. R) porque o seu carro parou logo no início da única subida da prova e teve de ser reiniciado. O modelo em causa é um protótipo concebido sobre a nova pick-up eléctrica da Ford, a F-150 Lightning, leve, repleto de asas e apêndices para ter o necessário apoio aerodinâmico, mesmo no topo da rampa onde o ar é mais rarefeito, e com uns impressionantes 1600 cv.

Apesar de ter parado e ter perdido bastante tempo (e concentração) para colocar a F-150 de novo em funcionamento, Dumas cortou a linha de meta ao fim de 8 minutos e 53,553 segundos. Este tempo não foi suficiente para bater os 7.57,148 que realizou em 2018, com o VW ID. R, mas não o impediu de vencer a rampa e a categoria Open. A 2.ª posição ficou na posse de Christian Merli, num Wolf Aurobay GB08, que percorreu os 20 km em 9.04,454, sendo o mais rápido entre os Unlimited.

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Na 3.ª posição da PPIHC ficou um nome sobejamente conhecido dos europeus — incluindo os fãs portugueses do Campeonato do Mundo de Ralis (WRC) — que, integrado na categoria Exhibition, permitiu ao Hyundai Ioniq 5 N entrar com o pé direito nesta “corrida às nuvens”. Aos comandos do SUV sul-coreano esteve Dani Sordo, piloto do WRC onde defende as cores da Hyundai, sendo o 3.º ás desta disciplina a provar o seu valor na rampa norte-americana, depois de Ari Vatanen e Sébastien Loeb.

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Recorrendo igualmente a uma enorme asa traseira, a que junta um não menos generoso splitter frontal, o Ioniq 5 N foi desenvolvido em apenas seis meses, adaptando um desportivo eléctrico de série a uma máquina de competição. Mecanicamente, o Ioniq 5 N usufruía apenas de mais 40 cv do que o modelo de série, tendo o construtor declarado um total de 680 cv, que segundo os seus técnicos permitiria que o Hyundai suportasse os 20 km da subida sem que as baterias aquecessem, ao contrário do que aconteceu com o Tesla Model S que bateu o recorde em 2023, não em representação oficial da marca, mas sim de um preparador independente. A realidade é que o Ioniq 5 N bateu o tempo do Model S em quase 25 segundos, levando a Hyundai a afirmar que pretende regressar para tentar ser ainda mais rápida. Já Sordo declarou que esta prova não é “apenas uma questão de to**tes”, embora a estrada esteja ladeada por precipícios que impõem respeito.