As primeiras jornadas parlamentares da era de Pedro Nuno Santos levam esta segunda-feira o PS a Castelo Branco com foco em “mais crescimento e mais justiça social”, mas também na coesão territorial que o Governo da AD “não privilegia suficientemente”.
Em antecipação aos jornalistas, a líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, traçou as linhas principais das primeiras jornadas desta legislatura que começam esta segunda-feira e duram até terça-feira em Castelo Branco e com um programa que passará pelos 11 concelhos do distrito.
PS leva jornadas parlamentares ao distrito de Castelo Branco
Estas são simultaneamente as primeiras jornadas da liderança socialista de Pedro Nuno Santos, estando previsto que o secretário-geral do PS e deputado esteja presente em várias visitas esta segunda-feira e no jantar desta noite, além do encerramento de terça-feira.
O tema escolhido foi o “Estado da nação, mais crescimento e mais justiça social”, tendo Alexandra Leitão explicado que para o PS estas duas ideias “andam sempre a par” porque o “crescimento económico não pode ser só para alguns”.
Depois desta segunda-feira os deputados, divididos em quatro grupos, vão fazer diferentes visitas pelo distrito, para terça-feira, antes do encerramento, estão previstos painéis dedicados ao crescimento económico, à justiça social e ao interior e coesão territorial, este último com a participação da comissária europeia Elisa Ferreira.
“Nesta altura do ano é importante fazer esta análise do estado da nação e depois o nosso enfoque nesta linha do crescimento e da justiça social. A escolha de Castelo Branco não é aleatória e não é por acaso”, afirmou a líder parlamentar.
Segundo Alexandra Leitão, “se há um aspeto que é justo dizer que os governos do Partido Socialista sempre privilegiaram foi a ideia de coesão territorial e de desenvolvimento do interior”.
“Houve vários programas genericamente bem sucedidos do Partido Socialista nesta matéria de desenvolvimento do interior e também não escondo que achamos que é uma área que este Governo da AD não privilegia suficientemente”, acusou.
A socialista usa como exemplo as críticas que são feitas à proposta do PS que foi aprovada no parlamento à revelia do PSD/CDS-PP para eliminar as portagens nas ex-SCUT.
“Não são críticas só do lado orçamental. São críticas também do lado do porquê beneficiar estes territórios. Ouvimos muito esse discurso ao Governo atual e ao PSD. Nós achamos exatamente o contrário”, criticou.
Para o PS, ao eliminar estas portagens está a ir-se ao “encontro das necessidades específicas” de quem vive “em territórios do interior” que “estão a perder população, em que a demografia adversa”.
“Todas as medidas que, de certa forma, discriminem positivamente estes territórios, na nossa opinião, são bem-vindas”, apontou.
Alexandra Leitão apontou ainda o dedo ao ministro-adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, por ter estado numa comissão parlamentar e não ter referido a palavra interior.
“Não esquecer, além do mais, que é um distrito que tem ao todo cerca de 100 milhões de euros de investimento do PRR, que foi programado pelo Governo do Partido Socialista, que está agora em execução e, portanto, também são algumas dessas obras e iniciativas que estão no terreno que vamos ver”, antecipou.
Sobre as críticas de atrasos na execução do PRR, a socialista disse que o partido não tem essa indicação, antes pelo contrário, ressalvando que todos os programas “têm uma fase em que depois aceleram mais” após uma primeira fase “que é mais demorada”.
“Mas os dados que temos não são desse atraso e acho que isso vai ser muito visível nesse debate que vai haver com a presença da comissária e do presidente da comunidade intermunicipal da Beira Baixa que naturalmente têm conhecimento no terreno do que está a ser feito com as verbas do PRR”, antecipou.