Donald Trump foi alvo de uma tentativa de assassinato durante um comício em Butler, na Pensilvânia, em direto para todo o mundo. O discurso tinha começado há poucos minutos quando se ouviram tiros.
Este ataque feriu, sem gravidade, o ex-Presidente mas matou um apoiante de Trump que assistia ao comício e feriu outro com gravidade que se mantém em estado crítico no hospital para onde foram transportados de helicóptero. O atirador foi abatido pelas autoridades no local logo de imediato.
Trump foi retirado da bancada onde discursava sob proteção do Serviço Secreto e encaminhado para uma unidade hospitalar enquanto se multiplicavam as reações de vários líderes políticos mundiais.
Neste artigo fazemos a cronologia em imagens deste ataque desde o momento em que Donald Trump estava em cima do palco a discursar até ao momento em que o atirador é abatido pelas autoridades e o local do ataque vedado para investigações.
Discurso dedicado à imigração
Instantes antes do ataque, o ex-Presidente e candidato às presidenciais em novembro pelo partido republicano estava a falar sobre imigração e a criticar a forma como a administração Biden (o seu adversário pelos democratas) lidou com a fronteira sul do país, perante uma multidão de apoiantes reunidos no recinto do Butler Farm Show, uma das maiores feiras de agricultura da região.
Donald Trump levou a mão à orelha direita quando os tiros soaram. Abaixou-se rapidamente atrás do púlpito enquanto os agentes do Serviço Secreto — que diziam “abaixe-se, abaixe-se, abaixe-se!” no áudio do microfone do pódio — se aglomeravam à sua volta, fazendo uma espécie de bolha para tentarem proteger Trump o melhor possível, uma vez que naquele local poderia ainda estar exposto a novos tiros.
Uma das balas aparece em fotografias do New York Times
Ao documentar o comício de campanha na Pensilvânia, Doug Mills, fotojornalista veterano do New York Times, pareceu captar a imagem de uma bala a passar perto da cabeça de Trump.
Michael Harrigan, um agente especial reformado do FBI, analisou as imagens e sugeriu que elas podem mostrar a deslocação de ar causada por um projétil. “O ângulo parece um pouco baixo para ter passado pelo ouvido, mas não é impossível se o atirador disparou várias balas”, afirmou Harrigan ao New York Times.
O tiro foi disparado de um telhado à direita de Donald Trump
O fotojornalista, bastante experiente em fotografia política norte-americana, utilizou uma câmara capaz de captar até 30 fotografias por segundo, com uma velocidade de obturação de 1/8.000 de segundo.
Os tiros terão sido disparados pelo suspeito, já identificado pelo FBI, de um telhado de um prédio à direita do palco onde Trump discursava. Não ficaria a mais de 150 metros e o atirador teria completa visibilidade.
Trump é atingido e agarra-se à orelha
Assim que se começam a ouvir os tiros e Donald Trump é atingido, põe a mão na orelha direita e abaixa-se atrás do púlpito. Cerca de cinco agentes do Serviço Secreto norte-americano tentam proteger o ex-Presidente.
“Abaixe-se, abaixe-se, abaixe-se”
Agentes do Serviço Secreto, organismo responsável pela segurança de candidatos e nomeados presidenciais, vestidos à civil foram os primeiros a subir ao palco e a fazer uma ‘bolha’ à volta de Trump. Ouvia-se repetidamente: “Abaixe-se, abaixe-se, abaixe-se”. Rapidamente também chegaram agentes fortemente armados munidos de armas de grande calibre, coletes e capacetes anti-bala.
“As escadas estão prontas, as escadas estão prontas”
Várias vozes de agentes do Serviço Secreto são ouvidas — uma diz “para cima!“, a outra “as escadas estão prontas, as escadas estão prontas“.
“Espere, a sua cabeça está a sangrar”
Nesta imagem é perfeitamente visível a espécie da ‘bolha’ criada em torno do ex-Presidente enquanto este sangrava de uma orelha e era limpo com uma pequena toalha branca.
Gritos de pânico e “EUA, EUA, EUA”
Fora do palco o aparato também era gigante. Vários agentes do Serviço Secreto tentavam acalmar as pessoas que estavam a gritar e a tentar perceber de onde vinham aqueles disparos. Outras, ao mesmo tempo, continuavam a gritar “EUA, EUA, EUA” de forma bastante efusiva.
Sem saber de que direção os disparos vinham, centenas protegeram-se como puderam
Na plateia gerou-se o pânico. Assim que se ouviram os disparos toda a gente se abaixou e tentou proteger-se como pôde embora houvesse quem não largasse o telemóvel para filmar tudo. Soube-se entretanto que um disparo tinha atingido uma pessoa de forma mortal. E que há mais duas vítimas que foram baleadas: dois homens que estão ainda em estado crítico no hospital Allegheny General, para onde foram imediatamente transportadas de helicóptero.
Trump: “Lutem! Lutem! Lutem!”
Toda esta cena foi rapidíssima, durou apenas cerca de um minuto. Ouve-se, nas várias transmissões televisivas, alguém a gritar que o autor dos disparos estava morto, e só aí é que Donald Trump é levantado, ainda rodeado por vários agentes, que o tiram do palco.
Quando Trump se pôs de pé, ouve-se o ex-Presidente dizer aos agentes do Serviço Secreto: “Deixem-me ir buscar os meus sapatos“.
“Já o tenho, senhor, já o tenho“, responde-lhe um agente.
Nesse instante, Donald Trump levanta o braço, de punho cerrado, e começa a gritar: “Lutem! Lutem! Lutem!”.
“Deixem-me ir buscar os meus sapatos”
Trump repete o pedido: “Deixem-me ir buscar os meus sapatos“. Um outro agente masculino apercebe-se que a cabeça de Trump está a sangrar: “Espere, a sua cabeça está a sangrar“.
Outro agente masculino insiste que têm rapidamente de sair daquele local exposto mas é novamente interrompido por Trump: “Senhor, temos que nos mudar para…“; Trump diz: “Deixem-me ir buscar os meus sapatos“.
Neste momento consegue ouvir-se uma voz feminina a dizer “OK” e a dizer algo sobre o sapato, sem que seja percetível. O candidato ex-Presidente está de facto descalço e os sapatos abandonados no palco.
Trump levanta-se e diz: “Espere, espere, espere“. É neste momento que Trump de cabeça levantada começa a gritar, três vezes: “Lutem! Lutem! Lutem!”.
“Senhor, temos que nos mudar para…”
Donald Trump não saiu do palco agachado nem de cabeça baixa, pelo contrário, levanta o braço e de punho cerrado no ar começa a gritar “Lutem! Lutem! Lutem!”, dirigindo-se à plateia de milhares de pessoas que gritavam “EUA! EUA! EUA!”. Antes disso, um agente do Serviço Secreto norte-americano insiste com Trump: “Senhor, temos que nos mudar para…”, mas é constantemente ignorado pelo ex-Presidente.
Centenas na plateia: “EUA! EUA! EUA!”
Ao sair do palco é visível sangue no lado direito da cara de Trump, junto à orelha, que com os movimentos se espalha pelo rosto. Trump sai rodeado de agentes do Serviço Secreto e com praticamente toda a plateia a gritar: “EUA! EUA! EUA!”.
Punho cerrado, sangue no rosto e a bandeira norte-americana de fundo
Mesmo com todo o potencial perigo que aquela situação contempla, nenhum agente do Serviço Secreto conseguiu que Donald Trump se baixasse sendo o ex-Presidente bastante mais alto que qualquer agente ali presente. E a imagem que fica do momento é a do candidato de punho cerrado no ar, sangue no rosto e com a bandeira dos EUA atrás.
Milhões viram este ataque em direto em todo o mundo
O comício estava a ser transmitido em direto em diversos canais norte-americanos e, por isso, milhares e milhares de pessoas assistiram ao momento em direto.
A entrada forçada no carro blindado
Ao entrar para o seu SUV preto à prova de bala, Trump ainda subiu ao banco do carro para voltar a fazer o gesto de punho cerrado no ar e voltou a gritar “Lutem! Lutem! Lutem!”. Foi empurrado para dentro do carro à força por agentes do Serviço Secreto.
Apoiante de Donald Trump morto na assistência
Assim que Donald Trump sai rapidamente daquele local num SUV preto, as pessoas começaram a levantar-se e só aí começaram a ter noção do que realmente se tinha passado.
Um apoiante de Trump foi atingido a tiro na zona da cabeça tendo morrido ainda no local. Ainda lhe foi prestada assistência por médicos que estariam também na plateia mas sem sucesso. A diretora financeira da campanha de Trump, Meredith O’Rourke, criou entretanto uma página de recolha de fundos no GoFundMe, logo após o ataque, para receber doações destinadas às famílias dos feridos e da vítima. Já arrecadou cerca de 350 mil dólares
O pânico na plateia
Vários agentes do Serviço Secreto norte-americanos davam auxílio a quem parecia estar também ferido ou assustado enquanto tentava obrigar as pessoas a manterem-se com a cabeça baixa. Duas pessoas, ambas do sexo masculino, estão de facto em estado muito grave, segundo informou este domingo de manhã, Michael T. Slupe, xerife do condado de Butler. Encontram-se no hospital Allegheny General, para onde foram transportadas de helicóptero.
Snipers conseguiram abater o homem que tentou matar Trump
O atirador estava fora do recinto do comício em cima de um telhado, a cerca de 150 metros, quando disparou contra o ex-Presidente. Foi morto pelas autoridades, estes que vemos nesta fotografia. Estes agentes do Serviço Secreto norte-americano estavam perto do palco, também em cima de um telhado, quando se aperceberam dos tiros vindos naquela direção.
O telhado a 150 metros de Trump
O atirador estava em cima de um telhado com uma AR-15, a 150 metros de Donald Trump, quando disparou contra o ex-Presidente dos EUA. Thomas Crooks de 20 anos estava registado como eleitor do Partido Republicano.
Comício do Trump às 18h…
O recinto onde ocorreu o ataque foi considerado um local de um crime e por isso foi vedado pelas autoridades que investigam agora o sucedido.
… cena de crime às 19h
As pessoas foram retiradas do local pouco depois do tiroteio e a polícia local começou a interrogar as testemunhas. Houve também um apelo do FBI para quem tivesse informações sobre este ataque para contactar a polícia os canais de emergência.