A ampliação da pista do aeroporto do Pico em mais 700 metros iria provocar mais “obstáculos” do que os que existem atualmente, segundo um estudo sobre o aumento da infraestrutura, revelou esta segunda-feira o Governo dos Açores.

“O estudo já foi entregue. São três grandes volumes, mas basicamente diz o seguinte: a ampliação da pista, tal como estava proposta, vai encontrar obstáculos maiores do que os tem hoje. Portanto, não adianta nada aumentar a pista para aquela pretensão que fazia parte do estudo”, afirmou a secretária do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas do Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM).

Governo reforça ligações aéreas com Açores mas não satisfaz utentes dos aeroportos

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Berta Cabral falava à comunicação social à margem de uma reunião com o secretário de Estado das Infraestruturas, em Ponta Delgada.

O Governo dos Açores lançou a 6 de dezembro de 2022, pelo preço base de 195 mil euros, um concurso público tendo em vista a elaboração de um “estudo prévio para a ampliação da pista do aeródromo” da ilha do Pico.

Publicado no Diário da República, o anúncio da Secretaria Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas dos Açores e respetivo caderno de encargos preveem que seja feito um “estudo prévio da extensão da pista de modo a obter um comprimento de pista à descolagem (TORA) de 2.345 metros”, mais cerca de 700 metros do que a pista atual.

Esta segunda-feira, quando questionada, a secretária regional adiantou que o Governo Regional vai “pedir um estudo complementar” para “perceber com rigor” as possibilidades de ampliar a pista do aeroporto daquela ilha do grupo central do arquipélago.

“Isso requer agora uma grande reflexão sobre o estudo que nos foi apresentado porque, (…) politicamente, tem de ser decidido o que se pretende, porque ou traz vantagens ou então não vale a penar fazer investimentos”, advogou.

Berta Cabral adiantou que uma das hipóteses levantadas pela empresa que realizou o estudo foi a “alteração do alinhamento da pista”, mas a governante alertou que essa “é uma situação completamente diferente”, que implica “um aeroporto quase novo”.

“Não estou a tomar nenhuma posição, porque essa posição será tomada politicamente depois de avaliar convenientemente as alternativas. Se for para alterar o alinhamento da pista e fazer uma inflexão à pista, estamos a falar de investimentos muito elevados”, destacou.

O caderno de encargos definiu, como base para o estudo, uma resolução do Conselho do Governo de 28 de março de 2022, “onde consta o polígono definido para a zona de expansão do perímetro aeroportuário”, bem como um parecer da SATA, a companhia aérea açoriana, sobre um “prolongamento para oeste na ordem dos 700 metros”.