O chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA) disse esta segunda-feira que a presença dos militares portugueses na República Centro-Africana (RCA), no âmbito da missão das Nações Unidas para a estabilização daquele país, tem sido “relevante e reconhecida”.

“Os nossos militares têm sabido bem cumprir a sua missão muitas vezes atuando em condições adversas e de acrescido risco”, afirmou o CEMGFA, José Nunes da Fonseca, durante a receção do estandarte nacional da 14.ª Força Nacional Destacada (FND), no Regimento de Infantaria N.º 10, em São Jacinto, Aveiro.

No seu discurso, o general José Nunes da Fonseca realçou que há sete anos consecutivos o país tem vindo a empenhar tropas “altamente qualificadas e preparadas”, neste país da África Central, desempenhando um “papel vital para a proteção dos civis e manutenção da ordem, muitas vezes enfrentando e superando situações perigosas”.

“As diversas operações levadas a cabo invariavelmente em momentos e áreas de eminente perigosidade têm atestado cabalmente a coragem a proficiência e o espírito de serviços de todos quantos integraram e integram as nossas forças”, afirmou.

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José Nunes da Fonseca referiu ainda que a 14ª FND, que regressou a Portugal em junho, “afirmou-se determinante para a progressiva redução de ações hostis de grupos armados perante as populações assim como para outras medidas tendentes à preservação da ordem e da convivência pacífica entre as populações”.

Na mesma ocasião, o tenente-coronel Vladimiro Cancela, comandante desta força, referiu que os militares “cumpriram cabalmente as tarefas atribuídas, correspondendo às exigentes responsabilidades que lhe couberam tendo o seu desempenho sido repetidamente reconhecido”.

“Ao longo de toda a missão cada um destes militares superou-se atingindo patamares de excelência”, afirmou.

Em declarações aos jornalistas, a primeiro-cabo Júlia Roque, uma das 16 mulheres do contingente português, disse que a missão correu “muito bem”. “Às vezes há alguns atritos, mas nada que não se resolva no dia a seguir”, referiu esta militar que terminou agora a sua segunda missão naquele país.

Já João Rodrigues, que fez a sua primeira missão no exterior, cumprindo um sonho antigo, disse que foi “uma experiência boa”, adiantando que a camaradagem foi fundamental para vencer as dificuldades, como o calor.

“Tive a felicidade de ir com um grupo muito unido. Desde o aprontamento até ao final da missão sempre fomos muitos unidos e tudo se torna mais fácil”, afirmou o militar.

A 14.ª FND, composta por 215 militares dos três ramos das forças armadas, esteve presente na RCA, de novembro de 2023 a junho de 2024. Atualmente, encontra-se na RCA a 15.ª FND e está a decorrer o aprontamento da 16.ª FND no centro de comandos, na Carregueira.

Portugal está presente na RCA desde o início de 2017, no quadro da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização na República Centro-Africana (MINUSCA).