A associação ambientalista Quercus considerou esta terça-feira um “erro muito grave” a decisão de expandir o Aeroporto Humberto Delgado (AHD), em Lisboa, e defendeu o uso e aproveitamento do Aeroporto de Beja.

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“É urgente a aposta na ferrovia e no reaproveitamento do aeroporto de Beja”, disse a associação em comunicado, no qual contesta a expansão do aeroporto de Lisboa, que só vem “acentuar e agravar os índices de ruído e qualidade do ar da cidade”.

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Em 14 de maio, o Governo aprovou a construção de um novo aeroporto em Alcochete, região de Lisboa, e a expansão do atual, com mais voos por hora, até aquele estar construído.

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No comunicado desta terça-feira, a Quercus defende que essa fase de transição deve “contemplar o uso e aproveitamento do Aeroporto de Beja”, que está pronto a entrar em uso, necessitando apenas da conclusão de acessos rodoviários e reforço das conexões ferroviárias de Lisboa ao Alentejo.

“O reaproveitamento do Aeroporto de Beja é a opção correta a adotar no período de transição que se vai iniciar”, possibilitando a diminuição dos atuais 220 mil movimentos e 33 milhões passageiros por ano do AHD, “que se encontra de forma clara em situação ilegal por estar fora das condições impostas pela licença atual (máximo de 180 mil movimentos ano e 16 milhões de passageiros)”, diz a presidente da Quercus, Alexandra Azevedo, citada no comunicado.

Em declarações à agência Lusa, a responsável lembrou também que a época alta do turismo que agora se inicia será também um momento de maior pressão nas regiões mais turísticas, incluindo Lisboa, o que se reflete também em serviços como a recolha de resíduos ou nos transportes públicos.

Alexandra Azevedo salientou que o aumento do número de voos no AHD se deve sobretudo ao turismo, reafirmando que na época de verão a situação vai ficar ainda pior.

A Quercus defende o fim dos voos para distâncias inferiores a 500/600 quilómetros, substituídos pela alta velocidade da ferrovia.

Defende ainda a limitação da rota Lisboa—Tires (Cascais)/Tires—Lisboa em jato privado, e a “restrição forte dos voos através de jatos privados em geral”, tendo em consideração que o uso deste meio, “apresenta uma pegada de carbono fora de qualquer padrão de sustentabilidade ambiental”, e sai do contexto de transporte público.

“A população da cidade de Lisboa não pode continuar a ser sacrificada no que diz respeito ao seu bem-estar, devido à exposição ao ruído e emissões de poluentes gasosos, provenientes do AHD, o que se irá intensificar caso se verifique a expansão do aeroporto”, diz a Quercus, acrescentando que a ampliação do AHD, a realizar-se, exige necessariamente um processo de Avaliação de Impacte Ambiental.

Ao escolher a localização do novo aeroporto o Governo propôs a expansão do AHD, passando dos atuais 38 movimentos por hora para 45 movimentos.