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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, defendeu esta quarta-feira perante o Knesset (parlamento israelita) a manutenção da pressão política e militar sobre Gaza como a única forma de atingir os objetivos de Telavive no enclave palestiniano controlado pelo Hamas.

“Esta é a única maneira de libertar as raparigas e os rapazes, as mulheres e os homens, os jovens e os velhos, os vivos e os mortos”, declarou Netanyahu, ao referir-se ao resgate dos reféns ainda mantidos em cativeiro em Gaza pelo Hamas, um dos objetivos militares de Israel, juntamente com a eliminação das capacidades políticas e militares do grupo islamita palestiniano no poder no enclave desde 2007.

Garantir o regresso de milhares de israelitas que foram retirados das zonas fronteiriças com a Faixa de Gaza e o Líbano é outra das metas do Governo de Israel.

No discurso diante da assembleia, Netanyahu atacou a oposição, garantindo que os seus opositores terminariam a guerra “sem eliminar os comandantes [do Hamas e outros grupos], sem controlar Rafah e o corredor de Filadélfia [uma zona tampão de 14 quilómetros dentro da Faixa de Gaza, que faz fronteira com o Egito] e com Mohamed Deif [líder militar do Hamas em Gaza, que Israel tentou matar no último sábado] a passear-se como um vencedor”.

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“Estamos determinados a vencer a guerra. Estamos determinados a recuperar os reféns. A chave é pressão, pressão e mais pressão”, disse o primeiro-ministro israelita.

Na mesma intervenção, Benjamin Netanyahu afirmou ter o Hamas “pela garganta” e disse que, graças à pressão militar, o exército israelita conseguiu eliminar “milhares” de milicianos ou entrar em Rafah (no extremo sul da Faixa de Gaza) e controlar o corredor de Filadélfia.

O resgate dos reféns tem sido um ponto de grande tensão entre a sociedade israelita e o executivo liderado por Netanyahu, o mais à direita da história de Israel.

Dos 251 reféns capturados por operacionais do grupo islamita palestiniano no ataque de 7 de outubro de 2023, 116 ainda estão na Faixa de Gaza, dos quais pelo menos 42 estão mortos, segundo o exército israelita.

As famílias dos reféns voltaram esta quarta-feira a criticar Netanyahu, que terá dito na terça-feira à noite — durante uma reunião governamental sobre as negociações com o Hamas — que “não deveriam ficar stressados”, uma vez que “os reféns estão a sofrer, mas não a morrer”, segundo uma fuga de informação publicada no portal de notícias Ynet.

Israel afirma que está a estudar resposta do Hamas sobre cessar-fogo

“Exigimos que o primeiro-ministro se explique imediatamente”, exigiu o Fórum das Famílias dos Reféns num comunicado, perante as declarações do governante que classificaram como “profundamente dolorosas” e “perigosamente irresponsáveis”.

No mesmo comunicado, o Fórum voltou a exigir que Netanyahu assine um acordo de cessar-fogo com o Hamas para garantir o regresso em segurança de todos os reféns mantidos no enclave, vivos ou mortos.

Enquanto Israel mantém a sua ofensiva em Gaza, que já matou 38.794 pessoas e feriu quase 90.000, delegações do Estado hebreu e do Hamas têm vindo a negociar um acordo de cessar-fogo, sob mediação do Egito e do Qatar, que permita a troca de reféns por prisioneiros palestinianos.