Siga aqui o liveblog sobre a política norte-americana

O senador JD Vance, eleito pelo estado do Ohio, aceitou formalmente na noite de quarta-feira a sua nomeação pelo Partido Republicano como candidato a vice-presidente dos Estados Unidos — e fez o seu primeiro discurso nessa condição, durante o qual deixou duras críticas ao Partido Democrata e a Joe Biden e apresentou Donald Trump como a “última esperança” para os Estados Unidos da América.

“Do Iraque ao Afeganistão, da crise financeira à Grande Recessão, das fronteiras abertas aos ordenados estagnados, as pessoas que governam este país falharam uma e outra vez”, disse JD Vance no seu primeiro discurso, na terceira noite da Convenção Nacional do Partido Republicano, que decorre na cidade de Milwaukee (estado do Wisconsin).

“Isto, claro, até chegar um tipo chamado Donald J. Trump. O Presidente Trump representa a última e a melhor esperança dos Estados Unidos para recuperar aquilo que, se for perdido, nunca mais será encontrado”, destacou Vance.

Durante o discurso, o candidato à vice-presidência JD Vance procurou posicionar-se como um defensor da classe trabalhadora norte-americana — e lembrou a sua própria história pessoal para prometer aos eleitores que, enquanto vice-presidência, não se vai “esquecer” do lugar de onde veio.

“No Michigan, no Wisconsin, na Pensilvânia, no Ohio e em cada canto da nossa nação, prometo-vos isto: vou ser um vice-presidente que nunca se esquecerá de onde veio”, disse ainda JD Vance, num discurso em que se comprometeu a lutar “pelas pessoas que construíram este país”.

“A cada dia dos próximos quatro anos, quando entrar na Casa Branca para ajudar o Presidente Trump, vou fazê-lo por vocês, pela vossa família, pelo vosso futuro e por este grande país”, atirou ainda o ainda senador pelo estado do Ohio, num discurso em que mencionou várias vezes os chamados swing states da cintura industrial do nordeste do país, decisivos para os resultados eleitorais.

Vance atirou aos democratas, denunciando o “absurdo preço da habitação” nos Estados Unidos e prometeu ainda que uma presidência republicana não vai “importar mão-de-obra estrangeira”, mas sim reconstruir a indústria norte-americana para “carimbar cada vez mais produtos com aquele bonito rótulo ‘made in the USA‘”.

“Precisamos de um líder que lute pelo nosso país”, disse ainda. “Precisamos de um líder que não esteja no bolso das grandes empresas, mas que responda aos trabalhadores — sindicalizados e não sindicalizados —, um líder que não se venda às corporações multinacionais, mas que defenda a indústria norte-americana.”

Ainda durante o seu primeiro discurso como candidato a vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance atirou diretamente a Joe Biden e ao Partido Democrata em temas como as supostas ameaças da imigração para os trabalhadores norte-americanos, sobre a economia e até sobre o atentado contra Trump.

“Joe Biden é político em Washington há mais tempo do que a minha vida”, disse. “Ao longo de meio século, ele tem sido o campeão de todas as principais iniciativas políticas para tornar os EUA mais fracos e mais pobres.”

“Não deveríamos ser governados por um partido que não tem medo de debater ideias e de chegar à melhor solução?”, perguntou ainda.

A solução, acrescentou, “é o Partido Republicano dos próximos quatro anos: unido no nosso amor por este país, comprometido com a liberdade de expressão e com a troca aberta de ideias”.

Apesar da agenda anti-imigração de Donald Trump, JD Vance procurou no discurso posicionar-se como mais apelativo a um eleitorado mais alargado, lembrando que os seus sogros são imigrantes oriundos do sul da Ásia e assegurando: “Juntos, vamos colocar os cidadãos da América em primeiro lugar, seja qual for a cor da sua pele.”

Durante a intervenção, JD Vance voltou também a recuperar o tema do atentado contra Donald Trump para atacar os democratas que disseram “mentiras sobre Donald Trump” antes do atentado.

“Lembrem-se das mentiras que eles vos disseram sobre Donald Trump e depois olhem para aquela fotografia dele, com ar desafiante, punho no ar. Quando Donald Trump se levantou naquele campo da Pensilvânia, todos os Estados Unidos se levantaram com ele”, destacou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR