O ministro húngaro dos Negócios Estrangeiros (MNE), Péter Szijjártó, considerou esta sexta-feira lamentável que o chefe da diplomacia europeia esteja a considerar convocar uma reunião formal de MNE em Bruxelas, em vez do encontro informal previsto para Budapeste.

“A tentativa do alto representante de prejudicar um evento planeado pela presidência húngara (rotativa da UE) é lamentável“, afirmou Szijjártó, em comunicado, acrescentando ter ouvido dizer que Josep Borrell está a considerar a possibilidade de convocar uma reunião formal para o final de agosto.

Referindo não estar surpreendido com esta posição, o húngaro criticou o percurso de Borrell nos últimos cinco anos enquanto alto representante porque foi “um dos períodos mais fracassados da política externa europeia”.

Fontes diplomáticas indicaram à agência EFE que o alto representante ainda não tomou qualquer decisão sobre a reunião de MNE referida pelo braço direito do primeiro-ministro ultranacionalista da Hungria, Viktor Orbán.

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Szijjártó acrescentou que “felizmente a saída de Borrell está iminente e isso pode ser uma fonte de nova esperança de que a perda de peso da União Europeia (UE)” no contexto internacional seja travada.

A controversa “missão de paz” de Orbán a Moscovo e Pequim tem concentrado muitas críticas na UE, enquanto o próprio primeiro-ministro húngaro prometeu esta manhã continuar os seus esforços até ao final da sua presidência da UE, a 31 de dezembro.

A Comissão Europeia anunciou na segunda-feira que, devido às viagens “sem mandato” de Orbán, não enviará os seus comissários a reuniões informais na Hungria durante a presidência rotativa. Na quinta-feira, na apresentação das suas prioridades aos eurodeputados para um segundo mandato à frente do executivo europeu, Ursula von der Leyen, voltou a criticar a deslocação falando numa “missão de apaziguamento” e não de paz.

A 1 de julho, a Hungria assumiu a presidência rotativa do Conselho da UE, que vai liderar até final do ano, e desde então o primeiro-ministro húngaro já realizou deslocações oficiais à Ucrânia, à Rússia, ao Azerbaijão e países vizinhos e à China, tendo ainda mantido contactos com a Turquia.

As visitas, e sobretudo o encontro em Moscovo com o Presidente russo, Vladimir Putin, geraram várias críticas em Bruxelas e as garantias de que as iniciativas têm ocorrido no quadro das relações bilaterais e não em representação europeia.

Portugal tem optado por enviar secretários de Estado para as reuniões informais em Budapeste (já se realizaram de Mercado Interno e Indústria, de Ambiente e de Energia).