Começou por ser quase uma exceção, tendo em conta a estabilidade que as equipas promoviam entre os seus pilotos numa perspetiva de desenvolvimento de projetos a médio prazo, começou a tornar-se quase “regra”. Uma regra que tocava tudo e todos, entre as trocas de equipas entre marcas e de pilotos entre equipas. Esta temporada, mais do que nunca, a dança de cadeiras já começou. E se alguns pilotos já assinaram por outras equipas e se algumas equipas trocaram de marcas, Miguel Oliveira está prestes a tornar-se numa das grandes transferências do defeso acumulando ambas as vertentes, num acordo que será anunciado em breve.

O arranque canhão perdeu velocidade em corrida: Miguel Oliveira faz melhor resultado do ano com 6.º lugar na Alemanha

A Ducati e a Aprilia são dois bons exemplos de mudanças já conhecidas e confirmadas para a época de 2025. Começando pela Ducati, que vai passar a contar “apenas” com seis motas depois da passagem da Pramac para a Yamaha, Pecco Bagnaia continua firme como número 1 da equipa de fábrica e passará agora a contar como companheiro de equipa com Marc Márquez, que assume a posição de Enea Bastianini. Já a Gresini vai apostar em Fermín Aldeguer (que sobe do Moto2) para companheiro de Álex Márquez. Por fim, também a VR46 Racing mudará de pilotos, com a saída de Marco Bezzecchi e a entrada de Franco Morbidelli, que se encontra na Pramac este ano, além da permanência de Fabio Di Giannantonio.

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A melhor qualificação do ano trouxe o melhor resultado do ano: Miguel Oliveira é 2.º na corrida sprint do GP da Alemanha

Depois, a KTM. A atual Red Bull GasGas Tech3 vai passar novamente a ser Tech3 KTM, como era nos tempos de Miguel Oliveira, e contará com motas de fábrica, o que permite uma maior aposta em termos de pilotos entre renovações, permanências e contratações: Brad Binder mantém-se, Pedro Acosta sobe da Red Bull GasGas Tech3 para a KTM de fábrica e a formação satélite contará com dois reforços de peso: Maverick Viñales, o melhor piloto da Aprilia em 2024 (quinto do Mundial), e Enea Bastianini, da Ducati (quarto do Campeonato do Mundo deste ano). Com isso, Jack Miller e Augusto Fernández estão de saída.

Sobre a Honda, entre LCR e equipa de fábrica, Johann Zarco e Luca Marini mas há dois lugares em aberto, com as prováveis saídas de Takaaki Nakagami e Joan Mir. Já a Aprilia não demorou a mexer-se no mercado: perante as saídas de Viñales e Aleix Espargaró, que anunciou a sua retirada no último Grande Prémio da Catalunha, acelerou as contratações de Jorge Martín, o grande rival de Bagnaia no Mundial estando atualmente na Pramac, e Marco Bezzecchi, da VR46 Racing, que acabou na terceira posição em 2023. Sobre a Trackhouse Racing, nova formação norte-americana que está a fazer a temporada de estreia no MotoGP, ainda nenhuma certeza… oficial. E se Raúl Fernández ainda pode ficar, Miguel Oliveira estará de saída.

O piloto português assumiu que algumas equipas tinham entrado em contacto a propósito do seu futuro, sem nunca confirmar qualquer nome ou possibilidade. A imprensa especializada apontava por isso três possíveis destinos para 2025: 1) permanecer na Trackhouse Racing, à luz também da recente melhoria com uma segunda posição na sprint e um sexto lugar no Grande Prémio da Alemanha (onde foi a melhor Aprilia); 2) passar para a Honda, que já foi uma possibilidade quando deixou a KTM, para fazer dupla com Luca Marini ou Johann Zarco na LCR; 3) rumar à Yamaha, para ser companheiro de Fabio Quartararo ou integrar o novo conjunto da Pramac com motores diferentes. E a última opção parece ter ganho força.

Sendo certo que esta segunda-feira a Trackhouse Racing abriu a porta a uma confirmação oficial para 2025, a mesma não deverá ser a de Miguel Oliveira. Razão? De acordo com a Sky Sport Italia, o piloto português terá um acordo certo com a Pramac para um contrato válido por duas temporadas. O meio transalpino avança mesmo que a oficialização da transferência estará mesmo marcada para um anúncio à margem do Grande Prémio da Grã-Bretanha, no regresso do Mundial marcado para o primeiro fim de semana de agosto. Confirmando-se a informação, o piloto de Almada irá representar a terceira equipa no MotoGP, a terceira em apenas cinco anos: esteve na KTM entre 2019 e 2022 entre Tech3 e equipa de fábrica (depois de uma longa ligação à formação austríaca), rumou à Aprilia em 2022 com um ano inicial na RNF e um segundo agora na Trackhouse Racing e pode agora mudar-se a partir de 2025 para a Yamaha ao serviço da Pramac.

“De momento encontro-me na posição de ter de esperar. Obviamente falei com algumas equipas e são elas que têm de tomar uma decisão sobre o que fazer em 2025. Pessoalmente gostaria de continuar na Aprilia, mas podem existir alternativas. A Pramac é certamente super interessante. Obviamente temos de aceitar uma moto que, à data, não está no topo com as outras. Depois também existem duas Ducati livres. Infelizmente tenho de aguardar e perceber como é que o mercado vai evoluir”, tinha comentado Miguel Oliveira antes do Grande Prémio da Alemanha, quando foi colocado numa espécie de short list com Jack Miller e Fabio Di Giannantonio (que seria o preferido de Quartararo, apesar da boa relação com o português).