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Donald Trump deu nesta segunda-feira a primeira entrevista após Joe Biden anunciar que ia desistir da corrida à presidência e apoiar Kamala Harris para candidata democrata. A seu lado estava JD Vance, candidato a vice-presidente. O antigo Presidente dos Estados Unidos da América disse ter falado com a agora demissionária diretora do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle (que no mesmo dia foi ouvida no Congresso sobre o atentado contra o ex-líder da Casa Branca) e insistiu na ideia de que era necessário ter agentes no telhado do armazém de onde o atirador disparou, contrariando o argumento de Cheatle de que era demasiado inclinado.

A conversa entre Trump e Cheatle “correu muito bem”, partilhou o antigo governante em entrevista à Fox News. “Mas… alguém devia ter-se certificado de que não estava ninguém naquele telhado“, continuou. Donald Trump referia-se ao telhado do armazém da empresa Agr International, o local de onde o jovem Thomas Crooks disparou com o objetivo de matar o antigo líder num comício.

O antigo Presidente ficou surpreendido com quão perto Crooks conseguiu chegar e disse que lhe deram a informação de que a distância entre ambos era tão curta que “mesmo um mau tiro iria acertar no alvo”.

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Telhado onde estava atacante de Trump “demasiado inclinado” para o Serviço Secreto, que esteve no interior do edifício

“Alguém tinha de estar lá em cima. Aquilo é, essencialmente, um telhado plano. Eu reparei que ela [Kimberly Cheatle] disse que é um telhado inclinado. E nós pensamos numa espécie de celeiro, mas este sítio tinha apenas um pequeno… uma pequena inclinação, com poucos graus. Era essencialmente um telhado plano”, afirmou.

Na semana passada, em entrevista à ABC News, a diretora demissionária do Serviço Secreto disse que o edifício escolhido por Crooks, “em particular, tem um telhado inclinado no seu ponto mais alto”. “Há um fator de segurança que teve de ser tido em consideração. Não quisemos pôr alguém num telhado inclinado. A decisão tomada era que a segurança do edifício fosse assegurada a partir do interior”, detalhou. Donald Trump diz que esta declaração foi feita com base em “informação falsa” que Cheatle recebeu.

O antigo Presidente dos Estados Unidos criticou ainda o facto de ninguém lhe ter dito para esperar mais alguns minutos antes de subir ao palco do comício. “Porque é que eu não podia ter ficado fora do palco durante cinco minutos enquanto eles [agentes do Serviço Secreto] faziam o seu trabalho? Como é que acontece uma situação em que um telhado que tem vista direta para o local onde eu estava a falar… porque é que ninguém não o viu?”.

Snipers do Serviço Secreto avistaram atirador no telhado 20 minutos antes dos disparos contra Trump

Na passada segunda-feira, Kimberly Cheatle esteve no Congresso para falar sobre a tentativa de assassinato de Donald Trump e explicar aquilo que correu mal. Nessa audição, a diretora da Serviço Secreto reconheceu que este incidente foi a maior falha operacional das ultimas décadas”, mas ainda assim não se demitiu.

Cheatle clarificou que Crooks foi detetado pelos agentes que estavam no local, mas não foi identificado como “ameaça e sim como suspeito”, sendo que este último  requer um menor nível de atenção por parte do Serviço Secreto. Além disto, segundo a responsável pelo Serviço Secreto, o atirador estava fora do perímetro de segurança e não tinha uma arma visível.

Na entrevista da passada segunda-feira, Trump voltou a agradecer a ação dos agentes do Serviço Secreto e adiantou ainda que a sua orelha — a única parte do seu corpo que acabou por ser afetada pelo tiro de Crooks — está a recuperar. “Estamos a chegar às ligaduras pequenas, mas foi um acontecimento feio. Ponto final… Quem é que pensaria que isto ia acontecer? Mas aconteceu. E eu tive muita sorte. Ou Deus! Acho que foi Deus [que me protegeu], na verdade.”