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A vice-presidente norte-americana, que concorre a uma nomeação do Partido Democrata à Casa Branca, sublinhou que nas eleições de novembro estão em jogo duas visões para o país: uma focada no futuro, outra no passado. “Eu estou a lutar pelo nosso futuro”, garantiu Kamala Harris num evento no estado do Indiana, em que criticou o Projeto 2025, que tem sido ligado a vários aliados do ex-Presidente Donald Trump.

“É um plano para fazer a América regressar a um passado sombrio”, afirmou sobre o livro de mais de 900 páginas, que inclui medidas como a eliminação do Departamento de Educação, que já foi defendida por Trump durante a campanha eleitoral.

Para Kamala Harris, o Projeto 2025 é um “ataque às nossas crianças, às nossas famílias e aos nossos futuros”. “Estes extremistas querem fazer-nos regredir. Não vamos permitir isso”, prometeu.

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O Projeto 2025 tem sido por várias vezes associado a Donald Trump, que negou o seu envolvimento e saber quem são os seus autores. No entanto, várias investigações da imprensa norte-americana tem revelado ligações a muitos dos seus aliados. A CNN divulgou recentemente que 140 pessoas que trabalharam para Trump estão envolvidas na iniciativa.

Harris procura apoio junto das mulheres e do eleitorado negro

A vice-presidente norte-americana discursava perante mais de seis mil mulheres da irmandade negra Zeta Phi Beta. Apesar de ser tecnicamente um evento oficial da Casa Branca, marcado há vários meses, Kamala Harris aproveitou para deixar um apelo a um dos blocos mais leais do Partido Democrata para que apoiem a sua candidatura.

“Partilhamos uma visão”, sublinhou dirigindo-se aos membros da irmandade, enumerando vários episódios da sua luta pela justiça social, entre eles o contributo para a vitória do eixo Biden-Harris em 2020. “No pico de uma pandemia ajudaram a eleger Joe Biden como Presidente dos Estados Unidos e a mim como a primeira mulher vice-presidente dos Estados Unidos. Obrigada. Agora a nossa nação precisa da vossa liderança novamente“, afirmou.

Os eleitores do Indiana não dão a vitória a um candidato presidencial democrata há quase 16 anos. Por isso, Harris sabe que o apoio desta irmandade, pode ajudar a obter ganhos num eleitorado que ela espera que se reúna em grande número: as mulheres negras. De facto, num memorando divulgado esta quarta-feira, a diretora de campanha de Harris, Jen O’Malley Dillon, já tinha notado que o apoio entre os eleitores femininos, não-brancos e mais jovens como fundamental para o sucesso eleitoral.

No início do discurso, e seguindo a mesma linha dos últimos dias, Kamala Harris deixou vários elogios a Joe Biden, que no anúncio da desistência à Casa Branca a apoiou como candidata democrata. “É um líder com uma visão ousada. Preocupa-se com o futuro”, apontou, destacando a sua “compaixão” pelo povo norte-americano.

Harris não terminaria o discurso sem antes regressar a uma das suas principais bandeiras: a reversão das proibições ao aborto. A vice-presidente denunciou que Trump nomeou para o Supremo Tribunal dos EUA três juízes com o objetivo de reverter o acórdão Roe vs.Wade, que protegia constitucionalmente a interrupção voluntária da gravidez no país.

“E como ele pretendia, eles assim fizeram”, afirmou, deixando a promessa de reverter a decisão. “Quando eu for Presidente dos Estados Unidos e o Congresso aprovar a restauração dessas liberdades, vou inscrevê-las na nossa lei”, garantiu.