A falta de manutenção das máquinas de produção de gelo em alguns portos da Docapesca, no Algarve, está a condicionar a atividade dos barcos da pesca do cerco, denunciaram esta quinta-feira duas associações de armadores algarvias.

Os dirigentes das associações de armadores Olhãopesca e Barlapescas, que têm no total cerca de 250 associados, afirmaram que “a insuficiência de gelo tem sido recorrente” nos portos da Docapesca de Quarteira, no concelho de Loulé, Portimão e Sagres, no concelho de Vila do Bispo.

No caso do porto de Quarteira, na quarta-feira, vários barcos da pesca do cerco ficaram em terra e outros condicionados em exercer a sua atividade, “com elevados prejuízos para os armadores”, disse à Lusa o dirigente da Olhãopesca, Miguel Cardoso.

“Neste porto existem duas máquinas de produção de gelo, mas uma delas está avariada há cerca de um ano e a outra está a funcionar apenas com um dos dois motores, o que não gera gelo suficiente para fornecer os barcos para acondicionar o pescado a bordo”, apontou.

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Segundo o responsável, no porto de pesca de Quarteira, um dos mais movimentados do Algarve ao longo do ano, “o problema agrava-se no verão”, devido ao aumento significativo de embarcações que se deslocam de outras zonas do país.

Segundo Miguel Cardoso, “neste momento, quem está a tapar buracos e a fornecer grande parte do gelo” para os portos é uma empresa privada de Olhão.

“No entanto, o gelo, por vezes, não chega para todos os barcos do cerco que andam na faina da sardinha, cavala e carapau”, notou.

Por seu turno, o presidente da associação Barlapescas, Mário Galhardo, disse à Lusa que “a falta de gelo, devido a avarias ou falta de manutenção das máquinas, afeta também” os portos de pesca de Portimão e de Sagres.

“Em Sagres, a máquina está avariada há cerca de dois anos, o que afeta a atividade de cerca de 15 barcos da pesca do cerco e, infelizmente, não existe da Docapesca uma resposta para a reparação do equipamento”, lamentou o dirigente.

Os armadores da pesca do cerco reivindicam da Docapesca, empresa gestora dos portos de pesca, “um maior investimento na manutenção dos equipamentos, para que seja fornecido o gelo necessário à atividade piscatória”.

A Lusa tentou obter esclarecimentos junto da Docapesca sobre a situação que está a afetar a atividade da pesca do cerco no Algarve, mas tal não foi possível até ao momento.