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O Conselho Geral da Universidade de Coimbra aprovou uma deliberação, subscrita pelo reitor da instituição, em que apela ao cessar-fogo imediato em Gaza e à libertação de todos os reféns, condenando a ofensiva militar israelita.

A deliberação, apresentada pela presidente do órgão, Gabriela Figueiredo Dias, foi aprovada na segunda-feira, por maioria absoluta, pelo Conselho Geral da Universidade de Coimbra (UC), como refere o documento enviado esta quinta-feira à agência Lusa pela instituição do ensino superior.

Conselho Geral e reitor da UC, Amílcar Falcão, que subscreveu a deliberação,juntam-se à voz “de todos os que, em todo o mundo, já denunciaram a flagrante violação da Declaração Universal dos Direitos Humanos”, que se assiste em Gaza, e que tem “merecido a corajosa condenação da ONU [Nações Unidas]”, pode ler-se na deliberação.

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“Esta tomada de posição radica na convicção de que este conflito (que já tem uma história quase secular) dificilmente poderá conhecer uma solução fora do quadro internacional. Cabe, pois, a quem está no exterior contribuir para encontrar o caminho da paz e evitar uma tragédia humanitária ainda maior, desde logo garantindo um cessar-fogo imediato e a libertação de todos os reféns”, refere a proposta aprovada.

O documento salienta ainda que a UC “assiste com perplexidade e angústia ao lancinante espetáculo de violência que, desde há oito meses, tem por palco a Faixa de Gaza, justamente parte da região outrora chamada de ‘Terra Santa’, onde germinaram tradições que são elemento integrante da cultura europeia”.

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Não se trata apenas de mais uma guerra — o que já não seria pouco —, mas sim de uma ofensiva militar avassaladora que sacrifica de forma cruel uma população indefesa que, encurralada, está em boa parte a servir de escudo humano daqueles que, a 7 de outubro de 2023, perpetraram um ataque terrorista particularmente hediondo”, afirma o Conselho Geral da UC enviada à Lusa.

Na proposta, em que sublinha a distinção “entre a identidade profunda dos povos e a circunstância transitória dos seus regimes e governos”, a UC exprime “a sua solidariedade com todas as vítimas do conflito” e saúda as diligências para a paz.

A UC considera ainda que “a investigação científica e a transmissão de conhecimentos devem ser utilizadas exclusivamente para fomentar a construção de pontes que reforcem o diálogo e a cooperação amiga entre os povos” e manifesta a sua disponibilidade para “prestar todo o apoio aos estudantes palestinianos e israelitas que frequentam a UC e para prosseguir os acordos existentes entre a UC e as universidades da Palestina e de Israel que se inspirarem (uns e outras) nos mesmos princípios de defesa da paz e dos direitos humanos”.

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A instituição do ensino superior afirma ainda a sua vontade de contribuir, no futuro, “para a reconstrução do sistema de ensino superior e de investigação naquela região do mundo, ora reduzida a escombros”.

Em junho, vários estudantes estiveram acampados junto à Faculdade de Letras da UC para exigir um posicionamento da instituição por uma cessar-fogo imediato no território palestiniano.

Na mesma altura, foi entregue um abaixo-assinado por parte de 162 docentes e investigadores da UC que exigiram igual posicionamento, assim como o fim da cooperação científica com entidades israelitas que não tenham expressado o seu compromisso com a paz.