O Porto d’Abrigo do Zoomarine libertou esta sexta-feira quatro tartarugas que foram recuperadas do mar debilitadas e passaram por um processo de reabilitação para poderem ser devolvidas à natureza, ao largo de Faro, disse fonte do parque aquático algarvio.

Os animais deixaram o parque aquático, na localidade da Guia, em Albufeira, cerca das 12h15 e foram transportados por estrada até ao porto comercial de Faro, onde embarcaram num navio da Marinha, que seguiu depois para uma zona a 10 milhas da costa propícia para a libertação das quatro tartarugas, disse à Lusa Antonieta Nunes, do Porto de Abrigo do Zoomarine.

Em causa estão três exemplares da espécie “Caretta Caretta” e uma da espécie “Chelonia mydas“, que está “ameaçada e na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês], salientou o Zoomarine na descrição dos animais libertados.

Uma das três tartarugas “Caretta Caretta” tem “maiores dimensões” e a operação para a sua libertação contou com “apoio de grua”, explicou Antonieta Nunes, enfermeira veterinária responsável do Porto d’Abrigo.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Normalmente recebemos tartarugas marinhas de dimensões mais pequeninas. Não costumam ser tão grandes como esta. Elas existem, passam na nossa costa, mas habitualmente recebemos mais tartarugas pequeninas do que de dimensões maiores. Portanto, neste caso, temos que nos adaptar”, justificou.

Voldetort é um dos animais libertados, tendo sido encontrado em fevereiro, na praia do Carvalhal (Grândola) em estado crítico, com lesões extensas, leucocitose, pré-anemia e sinais de desidratação”, tendo sido submetida a “tratamento intensivo, incluindo oxigenoterapia e cuidados especializados”, para poder recuperar-se e ser agora devolvida ao mar.

Também da espécie “Caretta Caretta“, Valhalla é um exemplar juvenil resgatado ao largo de Sesimbra, em abril, pelo Instituto de Socorros a Náufragos, com problemas de flutuabilidade e presença de plásticos no trato digestivo”, caracterizou.

“Depois de defecar os plásticos nos primeiros dias e receber oxigenoterapia, Valhalla recuperou a saúde e está apta para ser devolvida ao seu ambiente natural”, assegurou o Zoomarine.

Vaiana é o terceiro animal da mesma espécie, está no início da sua fase adulta e foi encontrada ao largo de Albufeira em maio, por investigadores afetos à Associação para a Investigação do Meio Marinho (AIMM), com dificuldades de mergulho devido a uma infeção pulmonar e desidratação grave.

“Com tratamentos adequados, incluindo antibióticos e fluidoterapia, recuperou, e suspeitando tratar-se de uma fêmea no início da sua vida adulta, a sua devolução é ainda mais significativa, já que poderá agora contribuir para a conservação da sua espécie, tendo em conta a baixa taxa de sobrevivência das tartarugas marinhas”, já que apenas cerca de 1 em cada 1.000 chegam à idade adulta, realçou o Zoomarine.

A Veggie, o quarto animal libertado, é uma jovem tartaruga-verde (“Chelonia midas”), que “foi resgatada de redes de pesca, por pescadores, em junho, após ter estado bastante tempo sem possibilidade de emergir para respirar”, assinalou o parque algarvio.

Apresentava “feridas nas barbatanas e sinais de infeção causadas pelas artes de pesca” e foi sujeita a “tratamento imediato para a doença da descompressão e infeção”, concluindo um processo de reabilitação que dá garantias para a sua devolução à natureza, concluiu.