A Docapesca reconheceu esta sexta-feira que a elevada procura de gelo no Algarve dificulta o abastecimento a alguns portos algarvios, garantindo que desde o início da safra da sardinha já adquiriu 299 toneladas de gelo para a região.

Na quarta-feira, no porto de Quarteira, vários barcos da pesca do cerco ficaram em terra e outros condicionados em exercer a sua atividade devido à falta de gelo para conservar o pescado, denunciou a Olhãopesca, organização de produtores algarvia.

Em declarações à Lusa, o presidente da empresa que gere os portos portugueses esclareceu que a capacidade instalada da Docapesca e dos privados nem sempre é suficiente para abastecer todos os interessados, ao que, na quarta-feira, se juntou uma avaria num dos geradores da fábrica de gelo de Quarteira.

No entanto, segundo Sérgio Faias, a situação foi regularizada durante a manhã de quinta-feira, com o fornecimento de 15 toneladas de gelo à lota de Quarteira, acrescentando que a reparação da sua fábrica se encontra em conclusão, devendo ficar totalmente operacional no início da próxima semana.

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“Desde o início da safra da sardinha, a Docapesca já contratou a aquisição de 299 toneladas de gelo para a região do Algarve, das quais 135 toneladas foram para Quarteira”, referiu, adiantando que, para garantir maior disponibilidade de gelo, a Docapesca tem vindo a desenvolver contratos de manutenção preventiva e assistência técnica para as suas fábricas.

De acordo com o dirigente, devido à complexidade dos equipamentos de frio, cujo desempenho “muito depende da intensidade do uso e das condições atmosféricas envolventes”, foram também estabelecidos contratos de fornecimento de gelo com produtores externos para dar resposta às necessidades dos pescadores e armadores.

Além de Quarteira, no concelho de Loulé, também se verificam problemas no barlavento (oeste) algarvio, segundo a Barlapescas, que diz que a falta de gelo, devido a avarias ou falta de manutenção das máquinas, afeta também os portos de pesca de Portimão e de Sagres, em Vila do Bispo.

Segundo Sérgio Faiais, no caso de Sagres, devido ao expectável aumento de consumo de gelo e para evitar um “esforço excessivo” do equipamento de produção de gelo do Arade, está em conclusão um procedimento de aluguer de duas fábricas de gelo adicionais, oriundas de Espanha que, a partir de agosto, vão ficar a operar em Sagres até ao final da safra da sardinha.

“Esclareça-se ainda que, num passado recente, a operação da fábrica de gelo existente na lota de Sagres foi interrompida por a mesma não garantir as condições nominais de funcionamento. No entanto, quando se encontrava a ser desenvolvido o projeto para a sua reabilitação, houve uma manifestação de interesse por parte da organização de produtores Barlapescas em construir e explorar uma nova fábrica de gelo no porto de pesca de Sagres”, referiu.

Desde aí, acrescentou, a Docapesca tem apoiado a Barlapescas no desenvolvimento do projeto da nova fábrica de gelo, encontrando-se ainda a apoiar a preparação de uma candidatura ao Programa Operacional MAR2030, que essa organização de produtores pretende submeter para financiar a construção da nova fábrica.