Nos Jogos Olímpicos, o dia ficou marcado pelo fim da carreira de Luana Alonso. Com 20 anos e apesar de ter rotulado a despedida como um “até já”, a nadadora paraguaia vai mesmo deixar de competir e dedicar-se aos estudos depois de ter sido afastada nas eliminatórias dos 100 metros mariposa. Uma escolha bem diferente da que Ni Xia Lian faz diariamente há cerca de 40 anos.

Este sábado, Ni Xia Lian venceu Sibel Altinkaya na primeira ronda do quadro individual de ténis de mesa e tornou-se a mesatenista mais velha de sempre a ganhar uma partida nos Jogos Olímpicos. Aos 61 anos, está a participar na sexta edição olímpica e tem como melhor resultado um 9.º lugar em Sydney, em 2000, precisamente na primeira em que marcou presença.

Nascida no início dos anos 60 na China, em Shanghai, chegou a representar o país asiático no arranque da carreira e foi mesmo com essas cores que foi campeã do mundo de singulares e pares em 1983. Mudou-se para a Alemanha em 1989 e dois anos depois, após casar com o próprio treinador, foi viver para o Luxemburgo. Tornou-se cidadã luxemburguesa pouco depois e tem sido em representação do país europeu que tem competido ao mais alto nível ao longo das últimas três décadas, sendo que em Paris foi até porta-estandarte na cerimónia de abertura.

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Estreou-se nos Jogos Olímpicos em 2000, com o tal 9.º lugar em Sydney, e depois esteve em Pequim 2008, Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020 antes de conseguir qualificar-se para Paris 2024. Depois de garantir que tem um coração “muito jovem” numa entrevista antes da estreia, venceu Sibel Altinkaya e carimbou o apuramento para a segunda ronda, mantendo-se em competição enquanto mais velha de sempre a superar a fase inicial do torneio.

“Quando estava a ganhar 3-0 estava a ser demasiado conservadora. Ela não tinha nada a perder e a modalidade é assim. A técnica é uma coisa, a parte psicológica é outra”, atirou a luxemburguesa, que esta segunda-feira vai defrontar Sun Yingsha, a chinesa que é atualmente a líder do ranking mundial. Ainda assim, e com décadas de experiência nas costas, Ni Xia Lian só vê o lado positivo. “Acho que é uma oportunidade de vida, poder jogar contra a número 1 do mundo. Vou saborear cada ponto”, defendeu.