As Forças Armadas venezuelanas prometem manter a “lealdade absoluta e o apoio incondicional” ao atual Presidente venezuelano, Nicolás Maduro. A garantia foi dada, durante um discurso televisivo transmitido esta terça-feira, pelo ministro da Defesa do país sul-americano, Vladimir Padrino López. “Nicolás Maduro é o nosso comandante-chefe e foi quem foi legitimamente reeleito pelo poder popular e proclamado pelo poder eleitoral para o período presidencial 2025-2031″, declarou.

Num dia em que a oposição convocou manifestações um pouco por todo o país, Vladimir Padrino López disse que está em “marcha um golpe de Estado” contra o Presidente Nicolás Maduro. “Esse golpe de Estado vamos derrotá-lo mais uma vez”, assegurou o ministro da Defesa, acrescentando: “Não há quem possa com o povo e a força da Força Armada Nacional Bolivariana da Venezuela”.

Tal como Nicolás Maduro, o ministro da Defesa venezuelana acusou a “extrema-direita” de estar por trás da tentativa de golpe de Estado, que diz estar a ser apoiada pelo “imperialismo norte-americano e os seus aliados externos e internos”. “Estamos na presença do fascismo na sua máxima expressão, de uma estrutura internacional que está a investir milhões de dólares para desacreditar a extraordinária manifestação de civismo que o povo venezuelano levou a cabo no passado domingo”, realçou.

Proclamado oficialmente Presidente, Maduro diz que Venezuela está a ser alvo de “tentativa de golpe de Estado fascista”

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Apesar destas acusações, a oposição apela às Forças Armadas para reconhecer os resultados que tem na sua posse. O candidato presidencial, Edmundo González, publicou um vídeo no X (antigo Twitter) a instar os militares e as forças de segurança a “respeitar a vontade dos venezuelanos expressa a 28 de julho”. “Parem com a repressão de manifestações pacíficas”, apelou o responsável, que sublinhou que todos “sabem o que aconteceu”, numa referência à vitória que os partidos opositores ao regime dizem ter conquistado com 70% dos votos.

Edmundo González pediu igualmente às Forças Armadas para cumprir “com segurança” os seus deveres. “A Constituição está acima de todos. Os venezuelanos querem paz e querem respeito pela vontade popular”. 

Esta terça-feira, vários manifestantes juntaram-se aos protestos convocados pela líder da oposição, María Corina Machado, em frente ao edifício que acolhe o escritório das Nações Unidas na Venezuela. Muitos dos presentes gritam “liberdade”.

Até ao momento, segundo o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, já foram detidas 749 pessoas durante os protestos contra os resultados eleitorais do Conselho Nacional Eleitoral que deram a vitória a Nicolás Maduro, avisando que esse número pode aumentar. Citado pela Agence-France Presse, o responsável detalhou que muitos dos 749 foram detidos por “resistir às autoridades” e, “nos casos mais sérios”, por “terrorismo”.