A Câmara de Lisboa disse sexta-feira que o Parque Tejo, criado há um ano no âmbito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), “é um parque verde que está concluído”, ressalvando que o espaço terá “melhorias diversas” nos próximos tempos.

A propósito da JMJ, que decorreu entre 1 e 6 de agosto de 2023, em Lisboa, o município da capital portuguesa investiu 16,35 milhões de euros no recinto do Parque Tejo-Trancão, inclusive na reabilitação do aterro sanitário de Beirolas, na construção do palco-altar e na criação de infraestruturas, sublinhando que este investimento ficaria para a cidade como um novo parque verde, com 30 hectares, o que corresponde a 30 campos de futebol.

Dois meses após esse evento, que juntou cerca de 1,5 milhões de pessoas em Lisboa, o presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD), disse que o projeto para um parque verde Parque Tejo-Trancão já tinha sido adjudicado, adiantando que foi pedido “um projeto simples, que tenha verde, iluminação, sombras e zona de desporto”.

Estas declarações do autarca de Lisboa ocorreram em outubro, na apresentação da 10.ª edição do festival de música Rock in Rio Lisboa, que aconteceu em junho deste ano, tendo transitado do Parque da Bela Vista para os terrenos do Parque Tejo-Trancão, também designado Parque Tejo Lisboa.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O Parque Tejo resulta da transformação de uma lixeira, o aterro sanitário de Beirolas, num parque verde, em que foi construída a ponte pedonal e ciclável no rio Trancão, que liga Lisboa a Loures.

Em resposta à agência Lusa, a Câmara de Lisboa indicou que “o novo projeto do Parque Tejo-Trancão dá continuidade ao parque existente a sul e constituirá uma grande mais-valia para esta zona da cidade, em termos recreativos, paisagísticos e ambientais”.

Sem adiantar pormenores, a autarquia realçou a revitalização de toda esta zona da freguesia do Parque das Nações, “que irá reabilitar o espaço verde e contemplar iluminação, sombras e zonas de desporto”, defendendo que tal se reveste de particular importância na proteção do sistema natural e ribeirinho, bem como na ligação das zonas marginais dos municípios de Lisboa e Loures, em complemento com a nova ponte do Rio Trancão.

“Com toda a certeza, este será um espaço que permitirá a existência de múltiplas atividades de lazer que envolvam a comunidade”, apontou.

Sobre o projeto adjudicado após a JMJ, a câmara disse que “foi realizado um estudo prévio, que se encontra a ser analisado”, sem revelar mais detalhes, inclusive o investimento alocado neste âmbito.

Em relação ao palco-altar, a autarquia sublinhou que “é parte integrante e também uma referência de um evento único que aconteceu naquele local e que marcou a cidade e o país”, acrescentando que a estrutura irá manter-se e estará disponível para utilização por organizadores e promotores de iniciativas e eventos.

Apesar de estar em curso um novo projeto para este espaço da cidade, o presidente da câmara afirmou que “o Parque Tejo é um parque verde que está concluído e foi entregue à cidade há um ano”.

“É um espaço verde de 30 hectares que foi devolvido e está a ser usufruído pela cidade. Naturalmente que iremos também acrescentar ao longo dos próximos tempos melhorias diversas no espaço para melhor usufruto e conforto da população”, referiu Carlos Moedas, numa declaração escrita enviada à Lusa.

Após a 10.ª edição do Rock in Rio Lisboa, o PS na Assembleia Municipal de Lisboa questionou a utilidade do palco-altar no Parque Tejo, ao que a vereadora das Obras Municipais comparou esta infraestrutura à Torre Eiffel, em Paris.

“O símbolo da cidade é fundamental. A Torre Eiffel é um símbolo brutal e fundamental e é marcado a um evento e que marca a cidade para sempre. Qual é a função da Torre Eiffel?”, expôs a vereadora das Obras Municipais na Câmara de Lisboa, Filipa Roseta (PSD), defendendo que o palco-altar no Parque Tejo “é um ícone arquitetónico na cidade”.

A despesa da Câmara de Lisboa com a realização da JMJ ficou em 33,979 milhões de euros, abaixo dos 35 milhões de euros inicialmente previstos, informou a autarquia, realçando que, do montante global gasto, “cerca de 23,9 milhões de euros são investimento que fica para o futuro da cidade”, nomeadamente o Parque Tejo, ponte ciclo-pedonal sobre o rio Trancão, equipamentos e frota para o Regimento Sapadores de Bombeiros, Polícia Municipal e Proteção Civil Municipal e obras no espaço público.