Mário Centeno tem “vontade” de continuar a ser governador do Banco de Portugal e diz que está a desempenhar o cargo para “chegar a julho do ano que vem em condições de ter um segundo mandato”. “Obviamente eu não estou a desempenhar o cargo para no fim do mandato ser dispensado pela via do meu desempenho. Essa avaliação política tem de ser feita e será feita por quem lhe compete”, afirma o antigo ministro das Finanças, em declarações ao podcast Bloco Central do jornal Expresso.

Embora saliente que pretende ser reconduzido como governador do Banco de Portugal, Mário Centeno também aparenta não fechar a porta a uma candidatura a Belém. Questionado acerca da possibilidade de uma candidatura presidencial, diz que “como as instituições, os momentos devem ser respeitados” e antecipa que haverá um momento em que “todos terão de tomar decisões”.

As declarações de Mário Centeno surgem numa semana em que o jornal Eco avançou que Joaquim Miranda Sarmento, atual ministro das Finanças, nomeou Luís Morais Sarmento para o Conselho de Administração do Banco de Portugal. Mesmo tendo já entrado no último ano de mandato, o governador do banco central considera “normal” a nomeação e espera que com a saída do administrador Hélder Rosalino, já no próximo mês, volte a existir uma nova nomeação.

A continuidade de Centeno no Banco de Portugal depende não só da sua vontade como também, em última análise, da decisão do Governo. O Expresso lembra que a relação entre o governador e o atual ministro das Finanças não é boa, recordando que Miranda Sarmento escreveu em 2020 um artigo de opinião — intitulado “Tempo difíceis não são para o doutor Centeno” — crítico da passagem de Centeno pelo Banco de Portugal.

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