Depois de se ter envolvido numa discussão com Nicolás Maduro na sequência das eleições presidenciais na Venezuela, agora Elon Musk resolveu opinar, de forma pública através da sua sua rede social X, sobre o momento de tensão que se vive no Reino Unido. O governo britânico já respondeu.

Há uma semana que uma série de protestos estão a lançar uma onda de violência pelo país, em reação ao ataque com faca numa escola de dança em Southport que matou três crianças. Musk respondeu a um vídeo de manifestantes desordeiros a atirarem foguetes contra polícias e escreveu: “A guerra civil é inevitável“. Downing Street reagiu e o porta-voz do primeiro-ministro britânico disse que “não há justificação” para os comentários de Musk e deixou o recado ao dono do X (antigo Twitter) de que há mais que as empresas de redes sociais “podem e deveriam estar a fazer” e que “têm a responsabilidade” de assegurar que a atividade criminal (incluindo de pessoas de fora do Reino Unido) não é partilhada online, cita a BBC.

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Elon Musk fez depois um novo comentário, desta vez numa publicação do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.  Referindo-se às manifestações de violência que têm vindo a crescer no Reino Unido ao longo dos últimos dias, o chefe de governo britânico disse que o que se está a passar “não é protesto, é pura violência” e que não vão ser tolerados “ataques a mesquitas ou a comunidades muçulmanas”. Musk voltou a responder: “Não devia estar preocupado com ataques a todas as comunidades?”, cita a Sky News.

Na reunião de emergência com o gabinete interministerial de crise COBRA esta segunda-feira de manhã, Keir Starmer avisou que “a lei aplica-se online, por isso se estão a incitar à violência , não importa se é online ou offline”.

O porta-voz do primeiro-ministro disse que o governo está a trabalhar com as plataformas de redes sociais para garantir que não há desinformação, mas poderia ser feito mais.

O ministro da Tecnologia, Peter Kyle, disse que responsabilidade por conteúdo danoso nas redes sociais “cabe principalmente aos indivíduos e grupos que os criam”, mas acrescentou que “é inegável que as redes sociais proporcionaram uma plataforma para este ódio”.

Num discurso à comunicação social há já alguns dias, Keir Starmer fez críticas às empresas responsáveis pelas redes sociais. “A desordem violenta, claramente provocada online, também é um crime. Está a acontecer entre nós e a lei tem de ser cumprida em todo o lado”. O comentário de Musk sobre uma potencial “guerra civil” surgiu três dias depois.