Corria o ano de 2021 quando Harry e Meghan, que já se tinham afastado dos deveres reais, deram uma entrevista a Oprah Winfrey onde falaram de vários temas, entre os quais os problemas de saúde mental da duquesa de Sussex, que chegou a afirmar que teve pensamentos suicidas enquanto ainda trabalhava para a família real britânica.

Agora, mais de três anos depois da polémica entrevista, o casal voltou a juntar-se para falar sobre saúde mental, numa entrevista conjunta à CBS, a propósito do lançamento da Parents’ Network, uma rede criada em parceria com a fundação dos duques, a Archewell, com o objetivo de ajudar a combater os danos causados ​​pelas redes sociais na população jovem. A campanha No Child Lost to Social Media (Nenhuma Criança Perdida para as Redes Sociais, numa tradução livre para português) foi criada após um programa piloto de dois anos com famílias cujos filhos experimentaram o pior lado das redes sociais, para ajudar a contar as suas histórias. Estes pais esperam assim convencer as plataformas online a “priorizar a segurança no seu design”, segundo refere o The Telegraph.

“Quando se passa por qualquer nível de dor ou trauma, acredito que parte da nossa jornada de cura – certamente parte da minha – é ser capaz de falar abertamente sobre isso”, disse Meghan, na entrevista que foi transmitida este domingo, dia 4 de agosto, data do seu aniversário. “E eu não falei sobre o tema pela rama. Mas sei que não queria que nenhuma outra pessoa se sentisse assim. Então, se o facto de eu falar sobre o que superei ajudar a salvar alguém ou encorajar alguém a perceber que não está bem, então vale a pena”, disse ainda.

Já o príncipe Harry falou sobre a dor que as famílias que perderam os filhos enfrentam, destacando que isso pode acontecer a qualquer pessoa. “Sempre dissemos que, antigamente, se os filhos estivessem debaixo do nosso teto, sabíamos o que estavam a fazer. Pelo menos estavam seguros, certo? E agora, podem estar na sala ao lado num tablet ou telemóvel a sofrer. E, antes que nos apercebamos, em 24 horas podem tirar a própria vida”.

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Falando sobre o projeto, a apresentadora Jane Pauley referiu que “o tema central é a perda que estas famílias sofreram, histórias que precisam de ser partilhadas, porque os pais que estão a ouvir e que não sofreram uma perda pensam que isso não lhes poderia acontecer. Mas podia”. “Poderia certamente”, referiu o filho mais novo do rei Carlos III. “E acho que esta é uma das coisas mais assustadoras que aprendemos ao longo dos últimos 16, ou 17 anos de existência das redes sociais. Isto pode acontecer a absolutamente qualquer pessoa”.

Ainda em referência à Parents’ Network, a duquesa disse na mesma entrevista que é necessário começar a pensar nestes casos como se se aplicassem diretamente a cada um de nós. “Acho que é preciso começar por algum lado, olhar através da lente de: ‘E se fosse a minha filha? E se fosse o meu filho? O meu filho, ou a minha filha que chega a casa, que é alegre, que eu amo, e um dia, mesmo debaixo do meu teto, toda a nossa vida muda por causa de algo que estava completamente fora do nosso controlo?'”, afirmou. Os duques de Sussex são pais de dois filhos, Archie, de cinco anos, e Lilibet, de três.

Na entrevista do casal a Oprah, em março de 2021, Meghan referiu que se sentiu envergonhada por falar dos seus problemas de saúde mental na altura em que os precisou de enfrentar. “Eu tinha muita vergonha de dizer isto na altura, e vergonha de ter de admitir isto principalmente ao Harry, porque sei a perda que ele sofreu”, disse, em referência ao facto de o príncipe ter perdido a mãe, a princesa Diana, em 1997, vítima de um acidente de viação. “Mas eu sabia que se não o dissesse, fá-lo-ia… eu simplesmente não queria mais estar viva e esse foi um pensamento claro, real, assustador e constante”.