Os familiares dos membros da Força Interina da ONU no Líbano (UNIFIL) devem deixar temporariamente o país, disse esta quarta-feira à agência noticiosa italiana Ansa a porta-voz da missão de paz das Nações Unidas, Andrea Tenenti.

O pedido foi feito pela própria ONU, conforme despacho já emitido em maio, disse Tenenti, e surge depois de França, Estados Unidos e Reino Unido, além de outros Estados, terem tomado idêntica decisão.

O contingente da ONU é formado por cerca de 10.000 militares, incluindo mais de mil italianos.

Tenenti explicou que, desde maio, com a escalada da tensão na fronteira entre o Líbano e Israel, a missão tornou-se um “posto de serviço não familiar”.

“Muitas famílias partiram, embora algumas tenham permanecido em Beirute, onde a situação era mais calma. Agora a nova medida também lhes diz respeito”, adiantou a porta-voz, acrescentando, no entanto, que se trata de uma “medida temporária”.

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Segundo Tenenti, prevê-se que dure “pelo menos até ao final de agosto” e não pode ser descrita como “uma retirada, mas sim como uma realocação”, explicou.

No início deste mês, a França, Estados Unidos e Reino Unido apelaram aos seus cidadãos para abandonarem o Líbano “o mais rapidamente possível”, perante o risco de uma conflagração no Médio Oriente, com a Suécia a encerrar a embaixada em Beirute.

Os receios de uma possível escalada militar no Médio Oriente aumentaram consideravelmente depois de o Irão e aliados terem intensificado as ameaças contra Israel.

O Irão, o grupo islamita palestiniano Hamas e o seu aliado libanês Hezbollah responsabilizaram Israel pela morte em Teerão, a 31 de julho, do líder do movimento islamita palestiniano, Ismail Haniyeh.

A eliminação do líder palestiniano ocorreu poucas horas depois de um ataque reivindicado por Israel ter matado o chefe militar do movimento libanês, Fuad Shukr, perto de Beirute.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou já que Israel se encontra num “nível muito elevado” de preparação para qualquer cenário, “tanto defensivo como ofensivo”.