“Trata-se de uma rede de valorização do espólio com contributo do trabalho de cada uma das entidades que a ela pertence. Entendemos que tem uma importância grande”, disse o presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves (PSD/CDS/PPM).
O autarca lembrou ainda que o município é cogestor de parte da Coleção de Arte Contemporânea do Estado (CACE), tendo iniciado há cerca de oito anos “um trabalho regular de partilha da exposição, muito à custa de parcerias institucionais com outras entidades”, entre as quais a Fundação de Serralves.
Em resposta a uma questão do vereador do PS Rui Carneiro, o autarca esclareceu que as obras de arte contemporânea que foram entregues ao município em 2006, ao abrigo de um protocolo assinado pelo Ministério da Cultura e que envolvia, também, a Universidade de Aveiro, estão atualmente depositadas no Museu Santa Joana.
No futuro, segundo Ribau Esteves, a coleção irá passar para o novo Arquivo Municipal/Casa da Memória, que ainda está na fase de projeto, mas haverá “exposições permanentes noutros sítios”.
Numa nota camarária, a autarquia explicou que a adesão a esta rede deveu-se a “uma opção estratégica importante, para a projeção do território e dos equipamentos culturais, ao nível da criação artística contemporânea em Portugal”.
“Reforçada pela iniciativa Aveiro 2024 — Capital Portuguesa da Cultura, a adesão à RPAC posiciona e consolida Aveiro e os agentes locais como centros produtores e difusores de arte contemporânea, que contribui para consubstanciar o princípio da descentralização da atividade cultural e da criação de novas centralidades que valorizam o território nacional, corrigem assimetrias e contribuem para a capacitação da comunidade”, refere a mesma nota.
Ainda segundo a autarquia, a inclusão neste grupo “potencia também a coleção de arte contemporânea do Estado que se encontra em depósito no município, um dos centros dinamizadores dessa coleção e, simultaneamente, detentor de competências comprovadas na sua gestão, salvaguarda e valorização”.
Criada em 2021, a RPAC é constituída por instituições de diferentes tipologias, dispersas territorialmente, vocacionadas para a valorização e dinamização da arte contemporânea portuguesa, nas áreas das artes visuais e cruzamento disciplinar, cujos padrões de rigor e qualidade no exercício das suas atividades culturais e artísticas, são reconhecidos pelo Ministério da Cultura.
Este projeto em rede foi iniciado com a instalação do Centro de Arte Contemporânea de Coimbra, a partir do conjunto das obras pertencentes à coleção do ex-Banco Português de Negócios (BPN), na mesma altura em que o Governo desencadeou um mapeamento dos espaços vocacionados para a arte contemporânea no território nacional.
No primeiro momento, aderiram à RPAC 66 equipamentos e espaços, de 36 concelhos em Portugal continental e regiões autónomas, incluindo o Centro de Arte Oliva, em São João da Madeira, e o Centro de Artes de Águeda, ambos no distrito de Aveiro.