A easyJet disse esta terça-feira que planeia operar 62% dos voos programados com origem ou destino em Portugal antes da greve de tripulantes de cabine, entre quinta-feira e sábado, o que inclui os não abrangidos pelo pré-aviso de greve.

“Devido a esta ação de greve desnecessária, a easyJet teve de cancelar alguns voos do seu programa. No entanto, a companhia aérea planeia operar 62% do seu programa de voos em Portugal durante o período da greve”, referiu a companhia aérea, numa nota enviada à Lusa.

Questionada pela Lusa, a easyJet esclareceu que “os 62% referem-se à operação original de voos programados com origem ou destino em Portugal antes da greve”, ou seja, “a companhia prevê operar 62% dos voos originalmente programados que tocam em Portugal”.

“Entre 15, 16 e 17 de agosto, estávamos a planear 1.138 voos de e para Portugal, mas tivemos de cancelar 232 voos devido à greve. Isto significa que, de e para Portugal, estamos a planear voar 906 voos”, disse a transportadora.

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Um sindicato da aviação civil disse esta terça-feira que até ao início da manhã foram cancelados pela easyJet todos os voos no Porto abrangidos pela greve e apelou ao bom senso da empresa para evitar a paralisação marcada para esta semana.

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) convocou três dias greve de tripulantes de cabine na easyJet, entre quinta-feira e sábado (15 e 17 de agosto), após aprovação em assembleia-geral, com 99% de votos a favor, acusando a empresa de ignorar as várias tentativas de resolução de questões laborais, entre as quais a falta de pessoal e o aumento do número de horas de trabalho.

Em comunicado divulgado esta terça-feira o SNPVAC disse que na segunda-feira foram cancelados pela easyJet 42 voos que se juntam aos 174 anteriormente cancelados em aeroportos de todo o país.

No Porto, referiu o sindicato, estão cancelados pela empresa todos os voos abrangidos pela greve, só sendo realizados os definidos pelos serviços mínimos.

Para o SNPVAC, o cancelamento de voos que a easyJet vem fazendo é o “reconhecimento cabal por parte da empresa que os motivos são verdadeiros e a razão está do lado dos tripulantes” e de que não há dúvidas de “que a adesão [à greve] irá ser massiva”.

Apesar disso, acrescenta, a companhia aérea continua a persistir numa “luta na qual não tem razão e está sozinha, continuando a prejudicar a sua relação com os tripulantes em Portugal e também a manchar a sua imagem juntos dos passageiros”.

O sindicato apela ao “bom senso da empresa, para que possa ceder nas justas reivindicações dos seus trabalhadores” e que “em vez de cancelar voos em série encontre soluções para evitar” a greve.

A semana passada, a easyJet lamentou o cancelamento de voos devido à “greve desnecessária” dos tripulantes de cabine e destacou que o número de trabalhadores aumentou em mais de 40 desde 2023. No ano passado, a empresa contava com 764 trabalhadores em Portugal, número que ascende agora a 806, disse.

A companhia adiantou que os clientes dos voos cancelados já foram contactados e que terão direito a um reembolso ou à transferência gratuita para um novo voo.

A easyJet aconselhou ainda os clientes que viajam de e para Portugal no período da greve a verificar o estado dos seus voos.

A paralisação tem início às 00h01 do dia 15 de agosto e fim às 24h00 de dia 17.