O presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, propôs esta sexta-feira a criação de um novo “grupo de trabalho intercoreano” para aliviar as tensões com a Coreia do Norte, atualmente no seu auge.

Enquanto a divisão persistir, a nossa libertação permanecerá incompleta“, disse Yoon Suk Yeol num discurso que marcou o aniversário da rendição do Japão em 1945, que pôs fim à colonização japonesa da península coreana.

A liberdade de que desfrutamos deve ser estendida ao congelado reino do Norte, onde as pessoas são privadas de liberdade e sofrem de pobreza e fome”, acrescentou, apelando à criação de um novo grupo de trabalho.

O Presidente sul-coreano explicou que o novo grupo de trabalho “poderia abordar qualquer questão, desde o alívio das tensões até à cooperação económica, incluindo intercâmbios interpessoais e culturais, e respostas a catástrofes e alterações climáticas”.

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A proposta de Yoon Suk Yeol tem poucas hipóteses de ser entendida, uma vez que as relações intercoreanas são atualmente fracas. O líder norte-coreano Kim Jong Un desistiu oficialmente de qualquer esperança de reunificação em janeiro de 2024 e dissolveu todas as instituições responsáveis pelas relações com Seul, chamando a Coreia do Sul de “principal inimigo”.

Desde maio, a Coreia do Norte enviou milhares de balões carregados de lixo para o Sul, o que levou Seul a retomar as transmissões de propaganda em altifalantes ao longo da fronteira e a suspender um acordo de 2018 que visava evitar confrontos entre os dois exércitos.

Entre 2018 e 2020, durante um período mais calmo entre os dois inimigos, existiu um gabinete de ligação intercoreano, localizado em Kaesong, na Coreia do Norte, a poucos quilómetros da linha divisória com o Sul, e que acolheu diversas reuniões de altos funcionários de ambos os países, tendo sido dinamitado pela Coreia do Norte em junho de 2020.

Também existem linhas de comunicação telefónica Norte-Sul, mas os norte-coreanos não atendem chamadas do Sul desde abril de 2023.