Um deslizamento de terras provocado por fortes chuvas de monção atingiu uma casa numa zona remota do noroeste do Paquistão, matando 12 pessoas, a maioria crianças, disseram esta sexta-feira os serviços de emergência locais.
Inayat Ali, funcionário do serviço de emergência da província de Khyber Pakhtunkhwa, disse que o deslizamento de terras aconteceu durante a noite em Upper Dir, junto à fronteira com o Afeganistão.
O responsável acrescentou que as equipas de resgate recuperaram até ao momento os corpos de nove crianças e três adultos: duas mulheres e um homem.
As autoridades alertaram que as fortes chuvas contínuas, que começaram em julho, podem causar deslizamentos de terra e inundações repentinas em todo o Paquistão.
As chuvas de monção causaram pelo menos 275 mortos e danos em mais de 1.800 casas desde 1 de julho, quando começaram as chuvas das monções, de acordo com a Autoridade Nacional de Gestão de Desastres paquistanesa.
O Paquistão está em plena época anual das monções, que decorre de julho a setembro. Cientistas e meteorologistas culpam as alterações climáticas pelas fortes chuvas dos últimos anos.
Em 2022, quando as chuvas causadas pelo clima encheram os rios e inundaram, a certa altura, um terço do país, pelo menos 1.739 pessoas morreram e foram contabilizados prejuízos no valor de 30 mil milhões de dólares (27,1 milhões de euros).
Nesta estação das monções, a parte da disputada região de Caxemira administrada pelo Paquistão também foi atingida pelas chuvas, provocando deslizamentos de terras.
Muitas das 275 mortes ocorreram nas províncias de Punjab (leste) e de Khyber Pakhtunkhwa, de acordo com a agência de catástrofes e as autoridades provinciais.
O grupo de ajuda International Rescue Committee frisou no início de agosto que se estava a preparar para intensificar a sua resposta no Paquistão, com as chuvas iminentes que representam uma ameaça às vidas e aos meios de subsistência de milhões de pessoas.
“A nossa prioridade é garantir que as comunidades afetadas recebem o apoio oportuno e adequado para evitar o aprofundamento desta crise humanitária”, sublinhou o diretor do grupo no Paquistão, Shabnam Baloch, em comunicado.