O PCP requereu esta sexta-feira a audição urgente do ministro da Agricultura e Pescas no parlamento sobre as medidas necessárias para responder ao “problema gravíssimo” dos produtores vinícolas, anunciou Paulo Raimundo.
Em declarações aos jornalistas durante uma visita à AgroSemana — Feira Agrícola do Norte, na Póvoa de Varzim, o secretário-geral do PCP defendeu que são precisas respostas e que é “necessário apresentar caminhos para a resolução das dificuldades, que são muitas” no setor.
“Há muita capacidade, há muita vontade, mas é preciso ultrapassar as dificuldades”, acrescentou Raimundo.
No requerimento esta sexta-feira entregue pelo grupo parlamentar, o PCP refere a “situação de emergência na vitivinicultura portuguesa”, descrevendo que se confirmaram os piores receios dos pequenos e médios produtores, no âmbito dos preparativos para as vindimas deste ano.
“Milhares de produtores não conseguem garantir a venda das suas uvas ou do seu mosto, face ao alegado excesso de vinho ainda por escoar e à falta de capacidade de armazenamento, o que representará impactos económico-financeiros e sociais brutais”, afirma o PCP.
No requerimento, o deputado do PCP Alfredo Maia afirma que as alegações de falta de capacidade de armazenamento “entram em contradição com os relatos de viticultores, confrontados com ofertas de compra de uvas a valores muito inferiores aos custos de produção, numa intolerável atitude de oportunismo e chantagem”.
Por outro lado, acrescenta, a destilação de emergência afigura-se insuficiente, e em certos aspetos desajustada” o que exige, segundo os comunistas, a afetação de recursos financeiros e outras medidas para “ajuda direta e imediata aos agricultores” em dificuldade.
Nas suas declarações aos jornalistas na Póvoa do Varzim, Paulo Raimundo defendeu que o Governo deve apoiar “aqueles que criam a riqueza, aqueles que produzem o leite, o vinho e os cereais” e dar-lhes condições para que a produção agrícola aumente.
“É isso que é preciso fazer, por exemplo, para aqueles produtores de leite que viram os seus contratos agora negados por essa grande cadeia de distribuição. Solidarizamo-nos com esses produtores, mas também com aqueles que estão a atravessar um problema gravíssimo, no que hoje diz respeito à produção do vinho”, sublinhou.