As equipas da PSP dedicadas a detetar situações de risco entre a população com mais de 65 anos encontrou 279 idosos em situação de risco social, entre os quais casos médicos urgentes e suspeitas de vítimas de crimes.

A Polícia de Segurança Pública (PSP), no âmbito da 12.ª edição da Operação ‘A Solidariedade Não Tem Idade’, que decorre desde 27 de julho e até 27 de setembro em todo o território nacional, sinalizou já 530 idosos, 279 dos quais em risco de situação social, de acordo com um balanço intercalar divulgado hoje.

Em comunicado, a PSP refere que as deteções foram feitas “maioritariamente através dos polícias afetos às Equipas de Proximidade e Apoio à Vítima (EPAV)”, que têm como principal objetivo “intensificar o contacto direto e o diálogo com a população mais idosa (+65 anos)”.

Procura-se detetar precocemente “casos de fragilidade social, vulnerabilidade física e/ou psíquica e suspeitas de crimes contra a integridade física” e promover “apoio imediato e necessário através de respostas concertadas com as entidades parceiras”.

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“Entre os vários fatores de risco verificados, 76 idosos foram sinalizados por falta de autonomia, 49 por apresentarem quadro clínico grave que exigia acompanhamento médico imediato, 48 por ausência de rede de contactos, 54 por suspeita de serem vítimas da prática reiterada de crimes, 26 por habitarem em condições de vida degradantes, 19 por exclusão social completa e 7 por insuficiência económico-financeira”, detalhou a PSP.

A PSP sublinha que a população idosa, “pelas suas limitações de locomoção e fragilidades psíquicas, tornam-se vítimas preferenciais em relação a crimes”, como roubo, burla extorsão, coação, sequestro, violência doméstica, maus-tratos, a que se juntam vulnerabilidades económicas, visíveis em condições precárias de habitação, higiene e saúde.

“A sensação de abandono (solidão) e o flagelo social do isolamento, próprio das grandes urbes, associado à consciência que a pessoa idosa tem das suas vulnerabilidades e da incapacidade para as superar autonomamente, agravam o risco de (re)vitimização. E todas estas variáveis, sem um círculo familiar e/ou de vizinhança ativo e solidário, potenciam as situações de anonimato que inviabilizam eventuais intervenções de cariz assistencial, podendo mesmo, por vezes, culminar na morte do idoso”, sublinha a PSP.

O trabalho das equipas EPAV é detetar indícios dos vários fatores de risco e comunicar às instituições parceiras com capacidade de intervenção nas fragilidades identificadas.

“A par deste esforço de pesquisa, estes polícias são, muitas vezes, a única companhia ou “cara amiga” que estes idosos têm, tornando-se nos seus confidentes, amigos e familiares. Esta proximidade que se cria entre Polícia e cidadão é a verdadeira essência do policiamento de proximidade e uma das principais missões da PSP”, refere o comunicado.

A PSP relembra ainda o programa ‘Estou Aqui Adultos’, para localização de adultos perdidos, em vigor desde 2015, tendo desde então garantido o reencontro de 84 pessoas perdidas ou desorientadas com as suas famílias, tendo já atribuído 15.466 pulseiras de georreferenciação, havendo atualmente 5.680 pessoas a usufruírem deste mecanismo.

A PSP recorda ainda que qualquer pessoa pode denunciar uma suspeita de crime nas esquadras ou através dos emails violenciadomestica@psp.pt e proximidade@psp.pt.