Luta prometia ser a palavra de ordem em Aragão. Com o Mundial de pilotos mais relançado que nunca, a corrida sprint teve o condão de provocar alterações no topo da tabela. Jorge Martín (Pramac) terminou na segunda posição, atrás do vencedor Marc Márquez (Gresini), e subiu à liderança, beneficiando do nono lugar de Pecco Bagnaia (Ducati). Contudo, um dos destaques do dia foi Miguel Oliveira (Trackhouse), que partiu da oitava posição e chegou ao top 5.

Arrancou a voar, encontrou referências, foi sempre a subir: Miguel Oliveira brilha em Aragão com quinto lugar na sprint

“Temos de olhar para os aspetos positivos. Conquistámos três posições e terminámos nos pontos, o que é sempre bom. Senti-me bastante lento com a mota, sem estar competitivo o suficiente. Não tinha aderência para travar e foi difícil gerir a degradação do pneu traseiro bem como o pneu dianteiro. A equipa está a tentar perceber a melhor forma de tirar partido do conjunto. Há boas hipóteses de conseguir muitos pontos, pelo que estamos concentrados nisso e, apesar de a velocidade parecer estar lá, a pista é bastante difícil para nós”, assumiu o português no sábado.

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Já Martín, que tem agora três pontos de vantagem sobre Bagnaia, sublinhou que Márquez é o piloto mais forte presentemente. “Neste momento a única coisa importante é estar presente na luta pelo Campeonato e na luta pela vitória. Não é meu objetivo estar na liderança do Campeonato do Mundo. O meu objetivo é melhorar e estou muito feliz com o meu desempenho. Gostaria de dar os parabéns ao Marc [Márquez]. Mas talvez no domingo eu possa dar um passo à frente e lutar com ele. Ele sente menos a perda de aderência da roda dianteira do que eu”, partilhou o espanhol.

Com a chuva a ameaçar aparecer durante a corrida, já depois de ter dificultado o warm-up, o cenário não se confirmou e o sol deu tréguas aos pilotos, que se apresentaram com dois pneus médios. No arranque, Bagnaia voltou a não estar muito bem e, em sentido inverso, Miguel Oliveira começou outra vez em grande, subindo rapidamente ao sexto posto. Porém, no término da primeira volta, o português perdeu a frente da sua moto e caiu na penúltima curva do circuito, abandonando o Grande Prémio de Aragão.

Na frente, Márquez voltou a evidenciar-se e conseguiu rapidamente chegar a uma vantagem confortável face a Martín e Álex Márquez (Gresini). Na sexta volta foi a vez de Fabio Quartararo (Yamaha) cair e abandonar. A meio da corrida, Bagnaia começou a recuperar posições e subiu ao quarto posto, atrás do trio espanhol. A seis voltas do fim, Bagnaia e Álex Márquez envolveram-se na luta pelo pódio na curva 12 e acabaram por cair. Quem beneficiou desse incidente foi Jorge Martín, que ganhou 20 pontos ao italiano. A corrida estava assim resolvida, com Marc Márquez a completar um fim de semana perfeito e a chegar à vitória 1.043 dias depois. Pedro Acosta (Tech3) fechou o pódio.

Depois desta corrida, Jorge Martín tem agora 299 pontos no Mundial de pilotos, mais 23 que Pecco Bagnaia. Na terceira posição está Marc Márquez, com 229, e o quarto é Enea Bastianini (Ducati), com 228 pontos.