O Ministério Público britânico arquivou o processo sobre crimes sexuais contra o antigo produtor de cinema de Hollywood Harvey Weinstein porque “já não existe uma perspetiva realista de condenação”.

Esta quinta-feira, após uma revisão das provas indiciárias recolhidas durante a investigação, o Ministério Público da Coroa britânica – que é conhecido na Grã-Bretanha pela sigla CPS decidiu suspender o processo alegando que “não existe uma perspetiva realista de condenação”

“Na sequência de uma análise das provas deste caso, o CPS decidiu suspender o processo penal contra Harvey Weinstein. O CPS tem o dever de manter todos os casos sob revisão contínua e decidimos que já não existe uma perspetiva realista de condenação“, lê-se numa declaração de Frank Ferguson, chefe da Divisão Especial de Crimes e Contraterrorismo do CPS.

Em julho de 2022, foi revelado que depois da condenação resultante do julgamento em 2022 mais vitimas ganharam coragem através do movimento #MeToo para apresentar uma acusação formal contra o produtor.

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Antigo produtor Harvey Weinstein deverá enfrentar novas acusações em novo julgamento

Recorde-se que o produtor norte-americano foi condenado em vários processos no seu país e está a cumprir uma pena de prisão de 23 anos em Nova Iorque (na famosa prisão de ilha de Rikers) após ter sido condenado por violação em 2020. Tem processos pendentes em diversos estados norte-americanos.

Harvey Weinstein condenado a 23 anos de prisão

Essa condenação foi anulada, em abril do mesmo ano, depois do tribunal de Nova Iorque ter considerado que o juiz do caso cometeu um erro ao permitir que várias mulheres que acusaram o antigo produtor de Hollywood de as ter agredido para serem testemunhas.

Tribunal reverte condenação do produtor Harvey Weinstein

Weinstein foi acusado de má conduta sexual, agressão e violação por mais de 100 mulheres que criaram o movimento #MeToo contra o abuso sexual por homens considerados poderosos.

Weinstein foi cofundador do estúdio cinematográfico Miramax, cujos sucessos incluem A Paixão de Shakespeare (1998), que ganhou o óscar de melhor filme, e Pulp Fiction (1994) e recebeu 81 óscares.