Sob o mote “O Futuro é Agora”, o CCB irá apresentar espetáculos de todas as áreas das artes performativas, alguns deles em articulação com o Museu de Arte Contemporânea (MAC/CCB), que completa um ano em outubro, integrado na programação deste equipamento cultural, no lugar do antigo Museu Coleção Berardo.

O espetáculo de abertura da temporada marcará o regresso a Lisboa da artista multidisciplinar Christiane Jatahy, a 14 e 15 de setembro, com “Depois do Silêncio”, a partir da obra de Itamar Vieira Júnior, e em outubro, a coreógrafa alemã Sasha Waltz apresenta “In C”, peça inspirada na composição do músico norte-americano Terry Riley, dançada em vários palcos internacionais (e que vai passar por Guimarães no dia 05).

Em “Depois do Silêncio”, a encenadora e autora Christiane Jatahy “lança um olhar contemporâneo sobre o passado esclavagista, com a consciência de que a escravatura, na sua forma industrial, é hoje considerada um capítulo deplorável da História”, segundo a sinopse do espetáculo na temporada divulgada pelo CCB.

Na área da música, a cantora Selma Uamusse terá “Carta Branca” para nova criação, haverá um recital do pianista chinês Lang Lang, enquanto, ainda na dança, o coreógrafo Victor Hugo Pontes trará também uma estreia por encomenda do CCB.

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Nos destaques da música erudita, a Academia de Música Antiga de Berlim apresentará a obra “Stabat Mater” de Vivaldi.

Ainda em setembro, e na área do teatro, os Artistas Unidos levarão ao palco “Búfalos”, de Pau Miró, e, já em 2025, em fevereiro, interpretam uma nova adaptação de Robert Icke e Duncan Macmillan da obra “1984”, de George Orwell, enquanto em outubro deste ano o Teatro Praga apresenta “RE: Antígona”, numa criação de André e. Teodósio e J. M. Vieira Mendes.

Em janeiro do próximo ano será apresentado o espetáculo “Hécuba, não Hécuba”, do encenador Tiago Rodrigues, diretor do Festival de Avignon, na sua primeira colaboração com a Comédie-Française, com elenco daquela companhia numa produção estreada a 30 de junho deste ano no Festival d’Avignon.

O encenador Ricardo Pais chegará ao CCB em junho com “Talvez… Monsanto”, um espetáculo com direção musical de Miguel Amaral que une a música tradicional da Beira Alta e o fado, e, por seu lado, as companhias mala voadora e Comédias do Minho estreiam “As Aves”.

O CCB vai celebrar também o V Centenário do nascimento de Luís Vaz de Camões com um espetáculo da companhia de teatro A Barraca, sobre a vida e obra do poeta que ao longo de dois anos será alvo de várias evocações pelo país.

Voltando ao lugar da dança na nova temporada, Victor Hugo Pontes irá estrear o espetáculo “Há qualquer coisa prestes a acontecer”, que reflete sobre os 50 anos de história de liberdade de um país livre, e a coreógrafa Olga Roriz levará ao palco “A Hora em que não sabíamos nada uns dos outros”, enquanto a Companhia Paulo Ribeiro apresentará “Maurice Accompagné”.

Esta arte de palco conta ainda com um programa duplo do Centro Coreográfico Nacional — Ballet de Lorraine (França), que apresenta no CCB duas encomendas: “Folia”, do coreógrafo português Marco da Silva Ferreira, no qual explora conceitos de êxtase, euforia e rebelião coletiva, enquanto Maude Le Pladec apresentará “Static Shot”.

O CCB voltará, na nova temporada, a contar com um grande peso da música erudita, barroca e coral, com a presença de diversas orquestras – como a Orquestra Sinfónica Portuguesa, o Coro e Orquestra do Teatro Nacional de São Carlos, a Metropolitana de Lisboa ou a Orquestra Filarmonia das Beiras – e recitais de Artur Pizarro, Rinaldo Zhok, Joana Gama e Rui Braga Simões, entre outros.

No fado, desfilarão ao longo da temporada artistas como Cristina Branco, Helder Moutinho, Aldina Duarte, Carminho, Sara Paixão, Sofia Ramos e Katia Guerreiro, e está previsto um tributo ao compositor e guitarrista português Carlos Paredes (1925-2004).

O jazz também cabe na programação, com prestações, entre outros, de Daniel Bernardes Trio & Coro Ricercare, Mark Gross Quartet, bem como Marco Santos com a apresentação do novo disco, “Everyone is The One”. Na música experimental, apresenta-se a palestiniana Kamilya Jubran e na Bossa Nova, Paula Morelenbaum e o Bossarenova Trio.

Nas conferências, dois ciclos irão acompanhar toda a temporada: o filósofo António de Castro Caeiro irá falar de sentimentos e o pianista Nuno Vieira de Almeida evocará “Mitos e Ícones da música ocidental”.

O Museu de Arte Contemporânea (MAC) e o Centro de Arquitetura do CCB irão exibir na nova temporada a exposição temporária “Homo Urbanus. A Citymatographic odissey”, pela dupla de artistas Bêka & Lemoine, com curadoria de Justin Jaeckle – 13 horas de filmes rodados em outras tantas cidades diferentes -, uma leitura da obra do arquiteto português Hestnes Ferreira (1931-2018), e “Intimidades em Fuga. Em torno de Nan Goldin”, fotógrafa norte-americana conhecida pelo seu trabalho artístico sobre corpos LGBT+.

Para os mais novos, através da Fábrica das Artes, voltará o Big Bang – Festival Europeu de Música, em 14.ª edição, e também espetáculos, instalações e oficinas de artistas como Ainhoa Vidal e o Teatro do Vestido.

Também os festivais Temps d´Images, Alkantara, Cumplicidades e de Almada passarão pelos palcos do CCB com os seus espetáculos ao longo da temporada, bem como o projeto participativo “Mutantes entre o teatro e o museu”, promovido pela BoCA – Bienal de Artes Contemporâneas, em parceria com o CCB.