A partir do próximo mês, a agência espacial norte-americana NASA deverá começar a explorar possíveis condições de habitabilidade no Sistema Solar. Encarregada da missão está a nave espacial Europa Clipper, cujo lançamento foi aprovado na segunda-feira depois de uma análise técnica exaustiva, prevendo-se agora que seja lançada a partir de 10 de outubro para explorar e procurar sinais de vida numa das luas de Júpiter.

Com o valor de 5,2 mil milhões de dólares, a missão tem como objetivo descobrir se um suposto oceano de água salgada sub-superficial sob a crosta gelada da lua gelada de Júpiter, Europa, é um ambiente habitável. “Júpiter tem mais radiação do que qualquer outro planeta no nosso sistema solar, e essa é uma das razões pelas quais explorar o sistema de Júpiter é tão desafiador”, explicou Evans, citado na CNN.

“A Europa situa-se perto do limite exterior da pior parte dessa cintura de radiação”, acrescentou. “Voar perto de Europa expõe-nos a este elevado fluxo de partículas nocivas, pelo que os engenheiros da missão e a Europa Clipper têm de ter a certeza de que os componentes da nave espacial podem sobreviver a esse ambiente de radiação durante os quatro anos da nossa missão.”

Se a habitabilidade for confirmada, “pensem no que isso significa, que há dois lugares num sistema solar que têm todos os ingredientes para a vida e que são habitáveis neste momento e ao mesmo tempo”, disse Curt Niebur, cientista do programa Europa Clipper na sede da NASA.

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Movida a energia solar, a Europa Clipper é uma das sondas planetárias mais ambiciosas da NASA, concebida para efetuar vários voos próximos do planeta com o mesmo nome, descoberto em 1610. No entanto, não tem como objetivo procurar sinais de vida na ou sob a crosta de Europa, mas sim confirmar a presença do oceano habitável.

“Pensem no que isso significa quando se estende esse resultado aos milhares e milhões de outros sistemas solares da galáxia. Pondo de lado a questão da ‘existência de vida?’ em Europa, só a questão da habitabilidade abre, por si só, um novo e enorme paradigma para a procura de vida na galáxia.”

“Após testes e análises exaustivas dos transístores, o projeto Europa Clipper e eu próprio estamos muito confiantes de que podemos completar a missão original de exploração da Europa, tal como planeado”, afirmou Jordan Evans, gestor do projeto Europa Clipper no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, citado na CBS News.

Em maio, foram descobertos possíveis problemas nos transístores, atrasando o início da missão por quatro meses. Após os testes, a NASA percebeu que o dispositivo em questão se pode corrigir a si próprio durante os 20 dias entre as elevadas doses de radiação que a sonda irá receber durante cada uma das 49 passagens próximas de Europa.

Além disso, podem ser utilizados aquecedores a bordo para aumentar a temperatura dos transístores afetados, melhorando o processo de recuperação. “Júpiter tem mais radiação do que qualquer outro planeta no nosso sistema solar, e essa é uma das razões pelas quais explorar o sistema de Júpiter é tão desafiador”, explicou Evans, citado na CNN.