O presidente do IAPMEI, Luís Filipe Guerreiro, foi afastado pelo ministro da Economia. O gestor estava à frente da presidência deste instituto desde janeiro de 2023, mas só tinha sido nomeado para um mandato em setembro do ano passado, pelo que a sua demissão acontece a poucos dias completar um ano de nomeação. O que pode ter implicações no não pagamento de indemnizações.

Ministro da Economia coloca adjunto na presidência de IAPMEI. Luís Pratas Guerreiro esteve com Costa Silva na Partex

O Observador já tinha questionado o Ministério da Economia sobre este afastamento, mas só agora o Executivo emitiu um comunicado a confirmar a saída do presidente do IAPMEI, indicando já um substituto. José Pulido Valente é nomeado, para já, em regime de substituição até estar concluído o procedimento de concurso no quadro da Cresap. Não é referido se o resto do conselho diretivo, composto por Sara Carrasqueiro e Nuno Gonçalves, se manterá.

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Neste momento há dois lugares a concurso na Cresap, para a vice-presidência e para o cargo de vogal, devendo em breve ser aberto um terceiro, para outro vogal.

O Ministério da Economia não justifica o afastamento do presidente do IAPMEI, referindo apenas que a nomeação de José Pulido Valente visa “dar um novo impulso a este organismo” e iniciar uma “nova etapa da IAPMEI, focada na necessidade de melhorar o nível de serviço com as empresas e a eficiência da instituição, bem como a celeridade na avaliação e resposta aos programas de incentivo em curso.” No entanto, eram conhecidas as críticas das empresas ao funcionamento do organismo, nomeadamente sobre a morosidade nas respostas.

Luís Guerreiro: “Saio com o Iapmei melhor do que quando entrei”

Em declarações à Rádio Observador, Luís Guerreiro afirma que foi informado pelo Governo sobre a decisão da sua saída esta terça-feira. “Saio com a cabeça erguida e com o sentido de dever cumprido. Saio com o Iapmei melhor do que quando entrei “, defende o presidente afastado.

Luís Guerreiro refere que o Governo “tem toda a legitimidade de nomear e exonerar os dirigentes” e que a “nova dinâmica procurada pelo Executivo faz parte da gestão. “A gestão é assim mesmo, há sempre coisas que se podem fazer melhor, o objetivo do gestor é atingir a excelência”.

O agora ex-presidente do Iapmei considera a decisão “como um ato de gestão que o Governo assumiu”, e que a sua saída, tal como outras substituições feitas anteriormente, fazem parte de “uma dinâmica associada quando chega um Governo novo” que “quer dar um novo élan”. “Lembra-me um bocado o futebol”, nota.

Luís Guerreiro diz-se “tranquilo”, deseja “as maiores felicidades ao Governo” e considera que a linha que imprimiu ao Iapmei “era a linha que achava que poderia levar o Iapmei a ter uma melhor performance, e está provado que assim é”.

Administração da Aicep demitida por conveniência

O IAPMEI é a agência para a competitividade e Inovação e trabalha com o Aicep na captação de investimento. Também a administração da Aicep foi demitida por Pedro Reis a pouco tempo de concluir o primeiro ano em funções, prazo mínimo para ter direito a indemnização.

O novo presidente do IAPMEI, José Pulido Valente, tem um percurso profissional centrado na banca, tendo sido diretor-geral de retalho do Millennium BCP e diretor de banca corporativa (empresas) até 2021. Até agora, desempenhava funções de diretor-coordenador da direção de crédito especializado.  Segundo o comunicado do Ministério da Economia, esta carreira na banca implicou a passagem por diversas áreas “que se cruzam com as competências do IAPMEI”.