O líder do PS começou, esta tarde, por evitar “imiscuir-se em relações entre ministros”, mas acabou a ligar as polémicas declarações sobre Olivença feitas pelo ministro da Defesa ao próprio primeiro-ministro. Aos jornalistas, no Porto, Pedro Nuno Santos classificou de “inusitado” o que Nuno Melo disse e que é “muito grave” que as declarações “não sejam articuladas com o ministro dos Negócios Estrangeiros ou o primeiro-ministro”.

“Parece-me inusitado que o ministro da Defesa faça declarações com esse peso e com esse impacto nas relações diplomáticas, desde logo com Espanha, e que isso não seja articulado com o ministro dos Negócios Estrangeiros ou com o primeiro-ministro”, declarou Pedro Nuno Santos quando foi confrontado pelos jornalistas com o que dissera Nuno Melo sobre Olivença.

Nuno Melo diz que Olivença “é portuguesa” e país “não abdica”

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O secretário-geral do PS fez uma ligação direta daquilo que foi dito ao primeiro-ministro considerando “muito grave que essa declaração não tenha sido articulada“. “Mas aí a responsabilidade é que quem lidera ao Governo e o que permite que os seus ministros possam fazer”, considerou ao mesmo tempo que sublinhava que “é uma declaração com impacto sobre a política externa” e que isso exige “recato e sentido de diplomacia”.

Esta sexta-feira, numa visita a Estremoz, o ministro da Defesa foi questionado sobre a situação de Olivença e respondeu que a localidade de Olivença “é portuguesa”, o que está estabelecido por tratado, e que “não se abdica” dos “direitos quando são justos”. O Observador já pediu uma reação ao Ministério dos Negócios Estrangeiros a estas declarações vindas da Defesa, mas o gabinete de Paulo Rangel não quis comentar.

Negócios Estrangeiros não comentam declarações de Nuno Melo sobre “Olivença portuguesa”